Retratos da Infância



Longe já se vai a infância
Lembro do cheiro do pão
fresco, assim quente do forno
Era só comê-lo então
com nata, com marmelada
com a cara lambuzada
Fazia bem ao coração

Recordo a casa agradável
Tinha um enorme quintal
Onde mamãe ali plantava
Brotava ágil cebolal
Tinha ameixeiras mui doces
Que atendiam as nossas preces
Nosso mundo angelical

Tantas flores incontáveis
Um jardim de aromas mil
Margaridas todas brancas
Hortências cor tom anil
Tinha chá de erva cidreira
Para dor da figadeira
Lá o conjunto era gentil

No alpendre içavam balanços
de cordas, bem amarrados
onde íamos embalar
Belos cantos afamados
Vários cantos populares
Cantos ouvidos em lares
Canção símbolo de agrados

Assim crescemos libertas
Com amor e com carinho
Nossa mente sempre esperta,
pronta para mais charminho
Junto com os nossos tios
Íamos pescar nos rios
Rosado e feliz mundinho