CONTRASTES
Quantos pais sofridos vivem
No mundo, desilusão
Em que a sede, a miséria
Para eles estende a mão
E seguem a caminhada
Pisando espinhos no chão.
Da beleza dessa terra
Poucos podem desfrutar...
Para sustentar os filhos
É preciso trabalhar
E ao refletir sobre a vida
Começam logo a chorar.
Há enorme diferença
Do pai rico pro pai pobre
O pobre leva uma vida
Sem luxar prata ou cobre
E o rico em bela mansão
Desfruta uma vida nobre.
Já o pai que vive no campo
Tem como casa um chapéu
Tem para sua digna esposa
A lua em lugar de véu
E como triste mortalha
Ele usa o azul do céu.
Há pais que são bons pros filhos
Mas não são todos iguais,
Há deles que neste mundo
Só têm o nome, não mais
Dos filhos não fazem caso
E corrigir-se, jamais.
Mas para o bem o que vale
É se ter bom coração,
É que haja a justiça
É que haja o perdão
E que dentre os seus atos
Reine sempre a união.
Desse jeito vão-se os anos
Com eles também os pais,
Os bons doutrinam os filhos
Procuram ser “maiorais”
Prevendo sempre o futuro
Lutando e sofrendo mais.
Enfim, quando já são velhos
Tempo em que a morte os procura
Chora esposa, choram filhos
Ficam naquela loucura
Levam quem tanto os amou
Ao fundo da sepultura.
(O 1º poema - de 1981, inscrito no "1º Concurso de Poesia Falada na Praça", em Teresina. Não logrou o melhor êxito)