CONTRASTES

Quantos pais sofridos vivem

No mundo, desilusão

Em que a sede, a miséria

Para eles estende a mão

E seguem a caminhada

Pisando espinhos no chão.

Da beleza dessa terra

Poucos podem desfrutar...

Para sustentar os filhos

É preciso trabalhar

E ao refletir sobre a vida

Começam logo a chorar.

Há enorme diferença

Do pai rico pro pai pobre

O pobre leva uma vida

Sem luxar prata ou cobre

E o rico em bela mansão

Desfruta uma vida nobre.

Já o pai que vive no campo

Tem como casa um chapéu

Tem para sua digna esposa

A lua em lugar de véu

E como triste mortalha

Ele usa o azul do céu.

Há pais que são bons pros filhos

Mas não são todos iguais,

Há deles que neste mundo

Só têm o nome, não mais

Dos filhos não fazem caso

E corrigir-se, jamais.

Mas para o bem o que vale

É se ter bom coração,

É que haja a justiça

É que haja o perdão

E que dentre os seus atos

Reine sempre a união.

Desse jeito vão-se os anos

Com eles também os pais,

Os bons doutrinam os filhos

Procuram ser “maiorais”

Prevendo sempre o futuro

Lutando e sofrendo mais.

Enfim, quando já são velhos

Tempo em que a morte os procura

Chora esposa, choram filhos

Ficam naquela loucura

Levam quem tanto os amou

Ao fundo da sepultura.

(O 1º poema - de 1981, inscrito no "1º Concurso de Poesia Falada na Praça", em Teresina. Não logrou o melhor êxito)

Antonio Leal
Enviado por Antonio Leal em 01/03/2009
Reeditado em 03/03/2009
Código do texto: T1464645
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