LEMBRANÇAS E CONSOLO
Da várzea florida que as aves voejam
E as flores beijam, em terna alegria
Paira-me na mente lembrança sem fim
Que vinda a mim, reduz a elegia.
Distante do lago em que um dia nadei
Por que eu não sei, mas me vejo a pensar
E as lembranças trazem, de noite ou de dia
A velha agonia de lá não estar.
Pensando na terra que me fez guri
Não consigo impedir que à lembrança venha
As noites na mata, caçando tatu
E de dia nambu, cosido à penha.
Mas sei que não posso me gabar de tudo
Pois hoje o estudo me deu consciência...
E aquela matança dos bichos da mata
Ao meu peito ata tom de violência.
Se era justo o motivo por que eu caçava?!
De dentro da aljava tudo respondia
Que aquele caçado, por assim dizer
Era o que comer no próximo dia.
Mas mesmo afastado, da Terra e do Tempo
Tenho aqui exemplo de vida e trabalho
Que me vão moldando na fôrma do amor
Nessa nova Flor banhada de orvalho.
Resumo este canto, envolto nos braços
Em que criei laços, por ser terra amena
De nomes, de história, de contos, de fé:
Sim, Guaypacaré, a atual Lorena.
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(Lembranças de Valença do Piauí, consoladas por Lorena, acolhedora cidade valeparaibana (Estado de SP), entre a cidade do Rio e a de São Paulo, pertinho de Aparecida do Norte).