ENFIM, IGUAIS

Parece-nos e é verdade
Que devemos conservar
Uma forma de igualdade
Enquanto ainda estamos cá.
Se somos seres humanos
E filhos de um mesmo pai
Por que tantos desenganos
E tantos tão desiguais?

No planeta em que vivemos
Para alguns lhe sobra tanto
Para tantos, pouco temos
Nem sobra é o que lhes damos
Nosso consolo é sabermos
Que no fim todos iremos
Parar no mesmo lugar
O lugar de onde viemos.

Quando fechamos os olhos
Para este mundo de cá
Não há nem amor nem ódio
Que perdure em seu lugar.
E incondicionalmente
Seremos todos iguais
O que antes infelizmente
Parecia-nos incapaz.

Mas se viemos do pó
Para ele voltaremos
Sem piedade nem dó
Simplesmente moremos
Pobres ricos, miseráveis
Do cemitério não passa
E seremos inigualáveis
A morte nos esperava.


Brasília, DF
Registrado na Biblioteca Nacional