Você não mede a saudade / que deixou quando partiu

Foi embora o meu amor

me deixando a solidão

Ficou no meu coração

pulsando esse amargor

Sinto no peito uma dor

de espada passando o fio

Não sei se alguém já sentiu

com tamanha intensidade

VOCÊ NÃO MEDE A SAUDADE

QUE DEIXOU QUANDO PARTIU

Meus dias são de desgosto

desde a sua despedida

O tamanho da ferida

no meu lamento é exposto

O pranto banha meu rosto

e vai descendo sutil

desaguando como um rio

num mar de infelicidade

VOCÊ NÃO MEDE A SAUDADE

QUE DEIXOU QUANDO PARTIU

A saudade quando aflora

seu travor dentro de mim

é como aquele cupim

que a madeira devora

e quando ele vai embora

por dentro deixa vazio

Faz sentir um calafrio

sem haver necessidade

VOCÊ NÃO MEDE A SAUDADE

QUE DEIXOU QUANDO PARTIU

No meu peito a amargura

de não ter você comigo

é para mim um castigo

Ferida que não sutura

Essa dor que me tortura

multiplicada por mil

é um estado febril

sem prazo de validade

VOCÊ NÃO MEDE A SAUDADE

QUE DEIXOU QUANDO PARTIU

Saudade devia ser

ligeira recordação

Ocupar o coração

pra não fazê-lo esquecer

Mas quando nos faz sofrer

é um sentimento hostil

que eu não diferencio

de uma grande ansiedade

VOCÊ NÃO MEDE A SAUDADE

QUE DEIXOU QUANDO PARTIU

Carlos Alê
Enviado por Carlos Alê em 29/05/2009
Reeditado em 05/10/2010
Código do texto: T1621277
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.