O BAFÔMETRO DO PODER NÃO ACUSA IMPROBIDADE

A lei seca fez sucesso

Diminuindo acidente

Foi uma revolução

Que envolveu muita gente

Pra nos fazer entender

Que quem dirige ao beber

É louco e inconseqüente

Mas essa lei simplesmente

Não vai mudar o país

É preciso compreender

Que pra ser um bom juiz

Tem que acabar o mal uso

O desrespeito e o abuso

De quem nos faz infeliz

Tem muita gente que diz

Ser a melhor criatura

Mas quando está no poder

Muda logo de postura

Se considera o patrão

Usando a nossa nação

Pra viver uma aventura

Pra mudar essa cultura

As pessoas do poder

Devem usar um bafômetro

Pra bem cumprir seu dever

Porque a sua omissão

Causa mais destruição

Do que chofer ao beber

Ninguém entende porque

Os deslizes pessoais

De nossos representantes

Com seus atos imorais

Nunca vão a julgamento

Mas pra nós o tratamento

Sofre pesos desiguais

Toda a riqueza que faz

O poder ser desejado

Amamenta dinastias

Nas gordas tetas do estado

Enquanto a população

É vítima de extorsão

E tem que pagar calado

No seu trabalho pesado

O mais simples operário

De cara paga de imposto

Um terço do seu salário

Pra sustentar essa gente

Que desfruta impunemente

Das benesses do erário

No meio desse cenário

O povo é subtraído

Tem violado os direitos

Que por lei são garantidos

Por omissão do poder

Exigem o nosso dever

Mas nunca são exigidos

Enquanto o povo é traído

Com a barriga vazia

A prática do nepotismo

Favorece a mordomia

O crime e a corrupção

Desviam cada tostão

Para o trem da alegria

Só o fim da mordomia

A derrocada do forte

Os direitos respeitados

Com a lei dando suporte

Pra toda sociedade

Nos trará felicidade

Antes da hora da morte

Uma norma desse porte

Hoje se faz necessária

Pois não existe justiça

Para a classe proletária

Que vai pousando de vítima

De tanta coisa ilegítima

Pra tanta gente ordinária

Mexem na conta bancária

Negam nossa educação

Sem saúde e moradia

Nem um pedaço de pão

O nosso povo agoniza

E o poder contabiliza

Frutos da corrupção

Em discursos de eleição

E promessas de campanha

Honestidade e trabalho

São verdadeira façanha

Quando se assume o poder

Não se trabalha a valer

Achando pouco o que ganha

Vive de fazer barganha

Atrás de tirar vantagem

Se metendo em falcatrua

Vira o rei da sacanagem

Praticando o nepotismo

Com excesso de cinismo

Com abuso e vadiagem

Falta vontade e coragem

Para prender o ladrão

Será que há conivência?

Será que há omissão?

É por isso que o bandido

Fica mais fortalecido

Para roubar a nação

Em meio à esculhambação

Sem controle do estado

Quanto maior é o roubo

Mas ligeiro é perdoado

Para o povo que trabalha

Diante da menor falha

É detido e condenado

O povo, sempre enganado

Não goza de liberdade

A justiça não protege

A quem tem honestidade

O defensor do direito

Só demonstra desrespeito

À pobre sociedade

É um poço de vaidade

Um Deus no imaginário

Faz Lei da sua vontade

Pro cidadão ordinário

Sem notar que é seu dever

Respeitar e defender

A quem lhe paga o salário

É parcial, arbitrário

Desfaz da humanidade

O poder sobe à cabeça

Abusa da autoridade

Se achando superior

Esconde o real valor

Da sua incapacidade

Esse dono da verdade

Devia ser controlado

Para conter os desmandos

Do ego massageado

Se houvesse diretrizes

Para punir os juízes

Poucos seriam poupados

Senador ou deputado

O juiz , o promotor

Secretário de estado

Prefeito e governador

São tratados como elite

Mas nessa classe, acredite

Existe muito infrator

Minha gente, por favor

A falta de educação

De saúde e moradia

Que maltrata o cidadão

O mal da fome, a miséria

É falta de gente séria

No comando da nação

Tanta discriminação

Devia ser castigada

O poder muda de mão

Entre as pessoas erradas

Como mal que não tem cura

Essa gente obscura

Só quer poder e mais nada

Mas essa barca furada

Um dia pode afundar

Quem quiser ser respeitado

Tem que saber respeitar

Quem é fraco, incompetente

Age acintosamente

Porque não tem o que dá

FIM

QUE MARAVILHOSA INTERAÇÃO DA GRANDE POETISA E AMIGA MILLA PEREIRA. OBRIGADÃO POETA!

MEU VOTO NÃO VÃO LEVAR!

Neste País de ladrões

Nenhuma lei se respeita

Só existe ôba-ôba

Para dizer que são feitas

A lei seca foi piada

Eu morri de dar risada

Com tanta gente suspeita!

É tanta linha cruzada

Tanta investigação

Que no Congresso existe

Uma eterna conjunção

De burlas e safadeza

Contra toda a natureza

Que prometem na eleição.

Muito chefe dando ordem,

Falando tanta besteira

O Presidente não sabe

Metade da bandalheira.

É dinheiro na cueca

De um Assessor sapeca

Que não coube na algibeira!

Agora é a lei anti fumo

Que obriga os fumantes

A ficarem nas calçadas

Que coisa mais irritante!

Baforando sem parar

E quem precisa passar

Convive com o inalante!

Meu amigo Heliodoro

Eu lhe digo uma verdade

Sem vergonha é o povo

Que crê nessa irmandade.

De gente só desonesta

Lá não tem nenhum que presta

Vivemos na insanidade!

(Milla Pereira)

Heliodoro Morais
Enviado por Heliodoro Morais em 14/09/2009
Reeditado em 14/09/2009
Código do texto: T1809445