Consultório Médico
É assim ingênuo o nosso apetecer,
Cai onde quer, e sem comando,
Como o raio que em uma tempestade
Não escolhe onde vai bater.
Neutro, mais possante vai passando
O nexo sem um aparente querer.
Por cima da lógica e da própria vontade,
Quando o viço juvenil nos controla
E vai gerando uma nuvem de vapores,
É o homem saindo da puberdade,
E entrando numa constante marola.
Que o levará certamente a eternidade
Quando ele não sentir mais os odores,
Vai descendo a ladeira sem controle,
Como a água no morro derramada.
Só lhe restam as lembranças e as dores.
E ainda paga no consultório a chamada,
Para ouvir conversa mole dos doutores