Ao Poeta Patativa

"Quando chegar o meu fim

eu sei que a terra me come

mas fica vivo o meu nome

para os que gostam de mim."

(Patativa do Assaré)

É a você, caro Poeta

que cantou o meu sertão

que este verso é dedicado

do baú do coração.

A sua saudosa partida

nos fez bem ver que a vida

deixa, às vezes, ingratidão.

E vendo asim sua imagem

que gravei lá da Tv

fico tristonho e choroso

porque não pude lhe ver.

Mas a minha poesia...

se a faço com alegria

é que me inspirei em você.

Mas, creia, meu bom Poeta

que seus versos bem rimados

jamais serão esquecidos

pois que foram enraizados;

quem provou da Poesia

sabe da imensa alegria

que seu canto tem deixado.

Você cantou a cidade,

o sertanejo, o lavrador;

você versou sobre a Esperança,

a miséria, o sonho, o Amor;

defendeu com brio o povo,

fez do velho algo novo,

você foi um professor.

Representou a simplicidade

do caboclo do sertão

e amou a natureza

cantando-a com emoção.

Foi o canto mavioso

desse seu povo brioso

que lhe deu só gratidão.

Não conheci Assaré

nem a Serra de Santana;

assim eu não visitei

a sua humilde choupana.

Mas a sua fisionomia

eu a trago noite e dia

sete dias por semana.

Pois saiba, meu bom Poeta

que não lhe esqueço, de fato,

e na parede do meu quarto

já colei o seu retrato.

Com seu jeito puro e meigo

descanse em paz, no sossego

velho Poeta sensato.

[Patativa do Assaré faleceu no dia 08 julho de 2002, já velhinho, com 93 anos de pura simplicidade sertaneja. A ele, minha sincera homenagem.]

Edivaldo Silva
Enviado por Edivaldo Silva em 12/07/2006
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