O Grito de 500 anos - Parte II

D. Manoel foi primeiro,

Ao seu povo encorajar.

Para que além mar,

O povo português fosse navegar.

Se para tantos era loucura,

Naquele mar navegar.

Para te era apenas uma aventura,

Ir onde ninguém ousou pensar.

Para o mar estavas virado,

E quase por isso obrigado.

Por ele perambular,

E este grande mar desvendar.

E uma escola fez formar,

Para que todo o saber.

Da arte de navegar,

O seu povo pudesse alcançar,

E aos poucos,

A costa da África contornar.

E após o Cabo da Boa Esperança,

A tão sonhada Índia chegar.

E Cabral também foi buscar,

Na certeza de onde navegar.

Neste mesmo caminho,

Para as Índias chegar.

E no único caminho,

Que pela costa deveria cortar.

Fez uma mudança tão grande,

Que em outra terra foi parar.

A deriva em alto mar,

Ou sabendo por onde navegar.

Escuta-se um grito,

Por muito a esperar.

Terra à vista, terra à vista.

Em toda Caravela,

Escuta-se o grito ecoar,

E os olhos um monte,

Ao longe avistar.

Um monte que mais tarde,

De Pascoal irão chamar.

E assim o meu país,

Em uma nova era entrar.

Depois de um pouco,

A costa contornar.

Encontrou um porto seguro,

Para poder ancorar.

E o povo que aqui vivia,

Assustado ou admirado,

Vendo a Caravela ancorar,

Fica na mata a observar.

E com pequenos barcos,

Na areia vens caminhar.

E com os índios,

O primeiro contato realizar.

Dos primeiros a encontrar,

O povo Guarani estava lá.

E agora poucos,

Esta história pode contar.

E o nu que eles se apresentam,

A tua cultura vai ofuscar.

E com roupas do teu corpo,

A cultura deles vens podar.

E como símbolo,

De uma cultura a instalar.

Uma missa em nosso solo,

Fez-se rezar.

E a sua língua,

Quisestes logo modificar.

Dizendo que a sua,

Eles deveriam falar.

Marinaldo Silva
Enviado por Marinaldo Silva em 19/07/2006
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