Primeiro Amor

Primeiro Amor

I

Vou contar a minha história

Por favor, preste atenção

Eu guardo bem na memória

Esta triste situação

Quando eu era uma criança

Tinha no peito a esperança

De encontrar minha paixão

II

Quando eu tinha oito anos

Nasceu o primeiro amor

Eu tracei logo meus planos

De viver no seu calor

Segurava a sua mão

Era linda essa paixão

Como um jardim em flor

III

Passeava pela rua

Pelas noites do sertão

Protegidos pela lua

Clareando a escuridão

Tudo que a gente queria

Era ter a alegria

Longe dessa solidão

IV

Mas o tempo foi passando

E a gente foi crescendo

Tanto coisa foi mudando

E o nosso amor perdendo

Da cidade eu fui embora

Hoje o meu coração chora

E eu continuo sofrendo

V

Tanto tempo não te vejo

Mas eu nunca te esqueci

Hoje meu maior desejo

É encontrar você aqui

Não perdi a esperança

Guardo ainda na lembrança

Você linda a me sorrir

VI

Hoje vivo tão tristonho

Pelas ruas a vagar

E nos versos que componho

Sempre falo em te encontrar

Tenho tanto amor sincero

E a coisa que eu mais quero

É pra sempre te amar

VII

Já mandei tantas mensagens

Escrevi em outdoor

Já olhei todas as imagens

Que eu vejo ao meu redor

Na esperança de te ver

Quero encontrar você

É o meu sonho maior

VIII

Quantas cartas escrevi

Esperei resposta sua

Mas eu nunca recebi

Hoje apelo então pra lua

Peço a ela pra encontrar

Uma forma de te amar

Mesmo sozinho na rua

IX

Hoje eu fui ao correio

Esperando receber

Nem que seja pelo meio

A resposta de você

Como eu fiquei feliz

Como o ditado diz

Quem espera vai vencer

X

Uma carta em meu nome

O carteiro me entregou

Quando olhei o cognome

Era do meu grande amor

Foi tão grande a alegria

Não esqueço aquele dia

Em que a lua me ajudou

XI

Quando li aquela carta

Foi tão grande a emoção

A surpresa era farta

Não cabia no coração

Pra minha felicidade

Ela estava na cidade

Procurando sua paixão

XII

Num cantinho rabiscado

Dentro de um coração

Ela havia anotado

Com muita dedicação

O endereço e o telefone

Quando liguei disse o nome

Quase morro de emoção

XIII

Quando ouvi sua voz

Eu chorei emocionado

Comecei falar de nós

Um encontro foi marcado

Na pracinha da igreja

Com flores, muita cerveja

E um céu prata-dourado

XIV

E pra nossa alegria

Na pracinha lá da rua

Nos fazia companhia

A nossa madrinha lua

Que por toda nossa vida

Nunca será esquecida

Pois o amor continua

XV

Uma semana depois

Nos casamos de verdade

E pra coroar nós dois

Temos a felicidade

Guardaremos na lembrança

Nosso amor de criança

Pra toda eternidade

Renato Brial

05.01.10