Aquecimento grobár

A natureza em fúria

Nois sabemo há quem curpá

Us madeirero ganancioso

Lá dus quinto do Pará

Ou é us cabras dais indústria

Que joga o esgoto acolá

Nossa parcela di cúrpa

Num dianta querê iscondê

Ocê pinchô lixo na vala

Dizeno que foi sem querê

Quando vinhé a inchente

Num dianta sí arrependê

Tão falano pur aí

Em aquecimento grobár

Lixo jogado na rua

Lá na minha ou na tua

Vórta pra drento di casa

Isso é muito naturár

Púrquê a mata pegô fogo

Arguma coisa cunteceu lá

Num sabemo dereito

Tarveis é a seca daquele eito

A chêpa dú cigarro dú matuto

Ou argum balão qui caiu acolá

Nossu críma ta maluco

Um dia chove dimais

Notro um calorão di matá

O sujeito dórmi na cama

Í siacorda na lama

Amanha acúmo será

Eu pregunto pra vancê

A curpa di quem será

Qui é quí nói vamu fazê

Será quí inda dá tempo

Di ú nossu povo inducá

Ou vamu junto perecê...

Carlos Casturino Rodrigues
Enviado por Carlos Casturino Rodrigues em 27/01/2010
Reeditado em 27/04/2010
Código do texto: T2055032
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