“SEU BETICO” I U PITU DI PÁIA
 
 
Assim qui a chuva passô
I raio num caiu mais
Liguei u cumputadô
Pra num ficá para tráiz!
Si bem qui essas lembrança
Quaiz que mi fêiz é chorá
Mi alembrei, cuâno criança
Meu pai u fumo a inrolá.
Sai tristeza – vem bonança
Ocupá u seu lugá!

Falânu im fumu di corda

Mi alembra meu véio pai
Minha aligria transborda
A sódadi sobressai
Nus tempu qu’êli sentava
No degrau de nossa porta
O fumo eli picava
- Ao passado mi transporta
Da mocidadi qui tava
Abrinu suas comporta.
 
Minha mãe, Dona Vicência,
Gritava – “Vem cá, Betico!”
- Cum toda sua pacência
E um tom quase pudico.
Fazia um café quentinho
E meu pai si deleitava
Sorvia cada golinho
Enquanto eli pitava
Seu gostoso cigarrinho
De páia qui eli gostava!
 
U meu tio Izaltinu
É quem trazia da roça
U fumu tão genuínu,
Prantadu atráiz da paioça
Trazia também u queijo
Qui tia Augusta fazia
Ai, meu Deus! Quantu deseju
Di vortá naquêlis dia
Mai ôji im dia eu vêju
Qui era bão i eu num sabia!
 


Este é um Cordel que escrevi,
embalada pelos belos versos
do Cordel de Hull e Airam
“PICANU FUMU”
e que remete à realidade
de minha infância
lá nas Minas Gerais!
Zelinha veio bater a minha porta
bem cedinho – mas eu já estava
nas andanças pela cidade.
E minha mana Hull pediu...
Então... taí!
Com fotos antigas, que digitalizei,
dos personagens desta história.

Beijos

(Milla)
 
<P.S.>
Gente!!!

A tempestade de todas as tardes
já começou!

O bicho tá pegando!
Vou desligar o micro até passar.
Tenho pavoooooor de raios!
Até depois do temporal!

Jesus nos ampare!




AMIGOS SÃO SEMPRE BEM VINDOS AQUI!


Seu Betico, eu gardeço
Pela fía qui o sinhô tem
Essa mizáde nem mereço
Mais, me fáiz é munto bem
A prendáda Milla Perêra
Cum seu oiá de feitiçêra
Fazia pará inté o trêm!
 
Tôdo mundo deve alembrá
Do fumu qui o sinhô tinha
Tão cedínho foi inviuvá
Já mi contô nossa Milinha
Máis,da fruta sempri gosta
E prá vontáde logo sacia
Fôi pegá lá da vizinha!
 
Tudo issu é brincadêra
Pois respêito seu paizím
Que tem Deus à sua bêira
Istá morãno num jardim
Ônde tomêm tá meu pai
Um dia nóis tudo vai
Prá ficá lá tudo juntím!
 
**Beijos,amiga Milla**
Parabéns pelo cordel e pelas fotos de família.
Muito legal. Inté.
 
(Pedrinho Goltara)

 
Pedrim, cê num singanô,
Num fica priocupadu
Dispois quêli inviuvô
U ômi tava indiabradu
Pegava todas vizinha
Inté minha tia, novinha,
Eli devi tê papadu!
(rsrsrsrs)

 
Beijos, Bôto!
 
(Milla)

 
 
No garimpo da memória,
Encontraste um tesouro...
Revendo nossa história,
E os fatos duradouros,
Podemos viver a glória,
Em nossos dias vindouros...
 
(Jacó Filho)


 
Jacó Filho, meu amigo,
Tem muito chão nessa história
As lembranças que eu persigo
Estão em minha memória
Mas o final eu lhe digo:
Tem muita luta e vitória!
 
Obrigada,meu amigo.
Saúde e Paz!
 
(Milla)
 
 

 
Bom dia, mana querida
Do cordel encantador
Com a linda história de vida
Vivida com muito amor.
 
Hoje eu vim lhe acordar
Pra pedir sua intervenção
Acabo de publicar
Um cordel lá no salão.
 
É sobre um instrumento
Que não se usa hoje em dia
Mas foi um acontecimento
No meu tempo de guria.
 
É assim como sua história
Na velha Minas Gerais
De um passado de glória
Que não se esquece jamais.
 
***Beijos, fica com Deus, Hull***

 
(Hull de La Fuente)


 
Maninha, eu já fui lá
E copiei o Cordel
Já estou a imaginar
Como irei complementar
Os versos que vêm do céu!
 
Beijos, maninha!
 
(Milla)
 
 
 
Mila, amiga querida,
adorei o teu cordel,
me levaram para o céu,
onde está meu querido pai
Que se foi, nem sei porquê,
Deus dormiu demais
ou precisava de um bom violão
pras festas lá do salão
onde só mesmo quem aqui foi bão
deve se apresentar.... 
 
**Poetabeijos/bemtevi**
 
(Bemtevi)
 


Nossos pais estão juntinhos
Tocando o seu violão
E o coro dos Anjinhos
Acompanhando o cordão!
 
**Obrigada, Bem**
Beijos

 
(Milla)