Ladrão de Moça Virgê

Nêsse tempo em que o povo

Sê amuntoa pelus garpão

Quando a lei é a da locura

E não mai do homem são

Os bicho vão sê entrâno

riba da imaginação

A vós canto dito fato,

Ninguém acreditária

Tudo acunteceu num ato

No risco do meio dia

Eu, se num tivesse visto

Não! Nem nunca contaria!

Tudo fazendo cesta

E no meio da floresta

O boitatá prometia

Vir visitar o povo

Enquanto acontecia festa

Da nossa Virge Maria

Com intuito acertádo

Queria vortá casado

E foi aquela correria!

Moça virge que tremia

Pai das moça com rífle

Pra protegê suas cria

No horário marcado

Boitatá veio invocado

se chegando aperreado

Procurando os abraço

Das moça do pedaço

Mulherada que rezava

Bem no meio da correria

Mas os santo não escuitava

Pai Nosso, Virge Maria!!

E pra moça que passava

Boitatá já cantaria

Uns canto sem mai noção

Deitava as moça no chão

Por uma tal telepatia

Com tamanha covardia

Se via, que logo sorria

Contente da préleção

Rapaziada sorteira

é que me adimirava

em vez de enfrentá a fera

e sarvá as moça virgê

subirû tudo num pé

bem arto de aucalipetê

se não fosse o tal do

seu Saci aparecesse

queria vê como é que sesse!

O Boitatá levava

Até num sobrá mái nada

as moça iam virá dáda

e foi anssim que sucêdeu

esse casu inusitádo

o dia em que os home

de medo vizageria

quase ficaru sorteiro

sem mulher e festaria.

Josiane Geroldi
Enviado por Josiane Geroldi em 21/02/2010
Código do texto: T2100284
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