João Ninguém

Na rua
Olho pra todo mundo
Mas ninguém me ver
Minha dor
É de bem-querer
Vejo casais sorrindo
Se beijando
Crianças com seus pais
Até animais
Desfilam com alguém...
Puxa!
Será assim
Ser desprezível
Com sina de solidão
Trabalho a noite
Passo noite na escuridão
Durmo até meio dia
Não tenho o que fazer
Sem mulher
Nem filhos
Feito visagem
Não tenho amigos
Parece brincadeira
Mas é pura verdade
Minha timidez
Já me fez parecer
E desaparecer
Enfio o rosto no vazio
Não vejo a hora
Faço força
E vou embora...
É tudo tão estranho
Eu na multidão
Não aceno pra ninguém
Ninguém me conhece
Sou com certeza
Alma penada
A procura desesperada
De encontrar
Em algum lugar
Uma mão amiga
Que me possa segurar
Olhar nos meus olhos
E dizer:
Você é nosso irmão
Não se sinta assim
Um João Ninguém...
Jamaveira
Enviado por Jamaveira em 06/08/2006
Reeditado em 11/08/2006
Código do texto: T210718
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.