MEUS CUMPRIMENTOS À MORTE


Bom dia,senhora morte
Folgo em lhe receber
Me desculpe a demora
Não vai dar pra lh'atender
Como a senhora merece
Já que de nós, não s'esquece
Nem nos deixa lhe esquecer.


Me diga,senhora morte
A senhora veio me buscar?
Eu não posso ir agora
Acabei de me banhar
O meu cabelo cacheado
Inda está todo molhado
Vai ser preciso secar.


Responda,senhora morte
Por que a senhora veio
Sem mandar me avisar?
Se bem, jornais eu não leio
Quem sabe,eu pudesse ver
Quando estivesse a ler
O aviso, de permeio?


Perdoe-me,senhora morte
Pode esperar um pouquinho?
Tenho tanto a ajeitar
Este mundo é maluquinho
Por mais se corra ligeiro
Que nem carro de bombeiro
O tempo é reduzidinho!


Desculpe,senhora morte
A senhora me dá licença?
Eu vou orar mais um pouco
Pois eu, na minha crença
Não acredito na morte
Só acredito na sorte
Me desculpe, se é ofensa.


Passe bem,senhora morte
Pois quando chegar o meu dia
De viajar com a senhora
Partirei com alegria
Saberei ser minha hora
Deixar tudo, e ir embora
Com minha carta de alforria


Que vem da Virgem Maria

soninha



Da morte niguem escapa
Não pense ser bricadeira
Debaixo daquela capa
Tem uma foice cortadeira

Raeu



bjs,soninha
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Sônia Maria Cidreira de Farias
Enviado por Sônia Maria Cidreira de Farias em 08/04/2010
Reeditado em 25/08/2013
Código do texto: T2185231
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