ORFÃO DE MÃE NEGRA

ORFÃO DE MÃE NEGRA

Oh mamãe como eu queria

Está contigo presente

Lembrar momentos profundos

Com nossa alegria aparente

...Na liberdade existente

Gritar teu nome em louvor

Clamando o nome da Negra

Que a vida me dedicou

Buscando um novo horizonte

Com o teu sorriso aberto

Porque naquele momento

Nascia um filho liberto

Estavas feliz comigo

...Teus lábios sorriam contentes

Num rosto nítido e sombrio

De beijos banhava minha fronte

Acompanhou meus primeiros passos

Com o dom de me ajudar

Ensinou-me as primeiras palavras

E nos jardins da vida as flores a cultivar

A descriminação estava impune

Parecia cometer-se um delito

Mas estávamos sempre juntos

A buscar nosso direito lícito

O mundo foi injusto conosco

Em dores vi teu peito sangrar

Enquanto buscavas o direito

De poder me educar

E com tamanha bravura

Na luta juntos vencemos

Até os preconceitos

Um dia nós esquecemos

Eras a razão de minha existencia

Minha estrela natural

Insígne diante meus olhos

De presença fundamental

...E para saciar minha fome

vivias a trabalhar

como escrava de madame

sem a vida desfutar

Quantas vezes em devaneios

Eu te via chorar

As lágrimas a te banhar o rosto

Por tanto querer lutar

Para que o mundo não me magoasse

fostes capaz de muito sofrer

Mais o desejo do mundo

Foi teu eterno perecer

Neste triste dia das mães

Podámos está felizes

Mas pra mim é doloroso

Porque comigo tu não vives

Adeus a minha querida mãezinha

Por mim nunca serás esquecida

Ainda és a estrela brilhante

De minha alma adormecida

Desde o dia que te perdi

Meu peito sangra em dor

Clamando as lindas lembranças

Dos tempos que me amou.

Dilma de Caboclo
Enviado por Dilma de Caboclo em 05/05/2010
Reeditado em 14/09/2013
Código do texto: T2239512
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