APELO DO ALÉM


Escuita aqui êce minino
Num adianta isperniá
Eu vin cumpri meu distino
Ti peço pra mi iscuitá.
Eu venho de muito longi
Pra cumpri a minha cina
I si vasmicê num mim ôvi
Eça história num termina
I ainda tenho mais dôzi
Dici u Sinhô lá di cima.
 
 Por iço xêgue mais perto
Iscuita u qui vô dizê
Proque iço é um cazo sério
I temo que rezovê.
Vasmicê mim iscuita agora
Ô num vô maisi incistí
Ô mim calo i vô mim imbora
I vasmicê fica aqui
Proquê tenho pôca ora
Ci vancê num mim oví;
  
 Fica u dito pur num dito
Ninguém perciza sabê
Proquê tomen num aquerdito
Tê nada a vê cum vancê.
Vá, continui a drumí
Já cumpri minha mição
Agora percizo í
Rezovê ôta questão
Vasmicê já fica livri
Da minha pertubação.
 
Maisi tenho um avizo aqui
Do fundo do coração
Vasmicê nunca adormeça
Sem fazê uma oração
Pru mode qui num padeça
Do mal dêce seu irmão
Rezi prus dizincarnados
Qui dexaram di cumpri
Pur iço dezesperados
Perambulam pur aqui.
 
Agora qui vasmicê
Ci decidiu mim iscuitá
Li permito adormecê
I vorto pru meu lugar.
Istou muitou agardecido
Proque vancê mi iscuitô
Já num to maisi di castigo
Fiki na pais do Sinhô
Proquê agora istô indo
Mim incontrar cum meu amô.


Brasília, DF
08/05/2010