RECORDAÇÔES DE INFÂNCIA


Às vezes minhas lembranças
Dão alguns passos pra trás
Vão bem fundo na memória
Dos sonhos do nunca mais;
E lembro-me de umas histórias
Recheadas de esperança
Que o tempo não desfaz
De quando éramos crianças.

Aí bate uma saudade
Que a qui do peito não sai
De uma daquelas cidades
Que não se esquece jamais
Das histórias, raridades...
De muitos anos atrás
Mas trazidas da memória
Dos nossos saudosos pais.

Parece até que o tempo
De quando éramos crianças
Volta nas asas do vento
Trazendo doces lembranças;
Sinto o cheiro do engenho
Chego a balançar as tranças
Fininhas, ainda me lembro
Com laços cor da esperança.

Passava horas me olhando
Até no vidro da janela
A imagem confirmando
Que vaidosa que eu era!
Muito linda me achando
Numa blusinha amarela
E que eu gostava tanto
Que tinha várias daquelas.

Um tempo maravilhoso!
Que eu recordo com saudades
Era simples, mas gostoso
O cheiro daquelas tardes
Tudo era mais saboroso
E nós tínhamos a vaidade
De sermos velhos e moços
Vivendo com igualdade.

E hoje sempre sozinha
Descrevendo a solidão
Que naquela cidadezinha
Confesso: Não tinha não,
Às vezes muito tristinha
Com alguma desilusão
Mas coisas de nós meninas
Transforma-se em recordação.


Brasília, 27/05/2010