O Barão

Prá relaxar aqui vai um poema do meu avô 'Antonio Espanhol', o meu avô era analfabeto mas fazia versos como ninguém. Eu adorava quando ele recitava os versos abaixo.

A mocinha solteira , filha de pai viúvo vai pela terceira vez à budega , onde seu velho pai, como sempre, enchia a cara e travam o diálogo abaixo:

-Meu pai ,venha prá casa

que o jantar está na mesa

a sua teimosia

me causa grande tristeza

-O que está havendo minha filha ?

porque anda tão queixosa?

com o serviço da cozinha

tá ficando preguiçosa?

Isso não é preguiça

nem também variedade

é vontade de casar

prá gozar da mocidade

Sua mãe ,que Deus a tenha

iria me dar razão;

se casamento prestasse

não tinha separação

Nesse seu casamento, meu querido papaizinho

a minha mãe é que sofria

das pancadas que levava

toda noite e todo dia

O homem em sua casa, minha filhinha querida

tem semelhança de Barão,

e a mulher por ser teimosa

apanha por ser preguiçosa, e apanha sem ter razão.

José Américo
Enviado por José Américo em 16/06/2010
Reeditado em 02/10/2015
Código do texto: T2322273
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