O CALANGO ANTROPÓFAGO

Dentro da fenda naquele lajedo

Justo na rocha formando um losango

Mora um gigante, um enorme calango

Do qual o povo se péla de medo

Reza a lenda que um dia bem cedo

Um sertanejo se acocorou-se

Perto da rocha que o bicho entocou-se

E o calango varado de fome

Dando um só bote engoliu o “home”

Tal qual menino que engole um doce...

E eu pensando fico admirado

Como meu povo é tão criativo

Pra inventar que um sujeito vivo

Por um calango foi abocanhado

Eita nordeste da gota, arretado

Terra da pedra que forma um losango

Onde habita um enorme calango

Que se alimenta da gente humana

Que se abestalha assim leviana

Perto da fenda na hora do rango!

João Pessoa, 18/08/2010.