O joão-de-barrro

João-de-barro ou forneiro

o singelo passarinho

constrói o seu lar de barro

e dentro coloca o ninho

junto com a companheira

pois não trabalha sozinho

Ele é reconhecido

como um grande arquiteto

Faz de barro a sua casa

do alicerce até o teto

Põe até um corredor

sem precisar de projeto

Na cidade é seu costume

construir sua morada

na travessa de um poste

de uma rua ou estrada

e até mesmo em peitoril

de janela é avistada

Sua casinha de barro

ornamenta o ambiente

pois ela tem o formato

dos fornos de antigamente

sendo um abrigo seguro

até da chuva torrente

Mesmo quando abandona

o que foi o seu hotel

deixa ele pras abelhas

sem cobrar o aluguel

e o lugar é transformado

numa indústria de mel

Quem ficar observando

vai ver na sua figura

no seu canto arrojado

na nobreza da postura

nas suas asas batendo

um galo em miniatura

Se a palavra passarinho

parece um diminutivo

ele mostra o seu vigor

quando fica mais ativo

soltando seu canto forte

estridente e festivo

Com a sua companheira

faz um dueto perfeito

Na combinação das vozes

harmonia é o efeito

Todos dias eu escuto

seu gorjeio desse jeito

Porque em minha cidade

eu os vejo em todo canto

trabalhando em parceria

voando e cantando tanto

que quando observo eles

com certeza me encanto

Os meninos com forquilhas

os respeitam na cidade

Essas aves o emblema

são da domesticidade

Um exemplo que é possível

viver em cumplicidade

Carlos Alê
Enviado por Carlos Alê em 30/08/2010
Reeditado em 12/09/2011
Código do texto: T2467938
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