BEIRADA DE AÇUDE

Na beirada do açude

O sapo deixa o girino

A piaba se ilude

Fisga a isca do menino

E a vaca mata a sede

Enquanto chacoalha o sino!

A lagarta se encasula

Na sombra de uma folha

Um beija-flor confabula

Beija uma flor caolha

E a formiga é matula

Trabalhando sem escolha...

O girassol se encerra

Quando o sol guarda o açoite

A tarde deita na terra

Adormece, vira noite

E a luz da lua berra

O penar do seu tresnoite!

No anoitado do açude

A saparia coaxa

O encantado se encanta

O curupira despacha

E se folhagem balança

Cumade Fulô se acha!

João Pessoa, 06/09/2010.