O homem e o coelho

Ai, ai, ai, meu padre Cícero

Volta aqui pra me acudir,

Pois cheguei tarde em casa

E levei uma vassourada

Bem no meio da virilha,

Que até o coelho da páscoa

Correu pra não ouvir.

O berro feio que dei,

A careta horrível que fiz,

Reclamei quando voltou:

Porque me abandonou?

Quando de ti mais precisei!

Naquele terrível momento de dor?

Respondeu-me desavergonhado

Com cara de gozado:

O senhor tava tão apertado

Que fui à granja apressado

Encomendar uma dúzia

Para lhe restituir.

Pois homem que é homem

Jamais vive amputado

Daquilo que lhe faz macho,

Viril e desejado,

Volto já com eles aqui.

Nessa terra violenta

Uma fêmea ciumenta,

É capaz de tamanha desgraça,

Prejudicando o que mais lhe faz graça,

Lhe deixa feliz e jocosa,

Satisfeita e poderosa.

Eta! Amor louco!

Como este nunca vi!

David Bandian
Enviado por David Bandian em 01/10/2010
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