O ADORÁVEL BANDOLEIRO - 27 V - (O artista)

Era uma vez...eu recordo muito bem

Pois gravada em minha mente, a saudade sempre vem

Dos anos 57, um tempo que foi além!

Havia um bandoleiro, não adolescente ainda

Tinha lá seus doze anos, sem saber do futuro a vinda

Pelas ruas de um arraial, fazia andanças enfindas!

Era um menino feio, mas tinha bom coração

Desde pequeno, o amor, era sua preleção,

Pois tratava as pessoas, com carinho e atenção!

Muitos o conheciam, como menino bandoleiro

Pois sempre andava sozinho, como fosse um caminheiro

Pelas bandas das montanhas, fazia o seu roteiro

Ainda era um menino, mas já tinha uma paixão

Gostava de uma garota, sem fazer revelação

Nem mesmo este poeta, sabia daquela ação!

Quantas vezes seu coração, ficava a palpitar

Quando lá no jardim, ia a flor admirar,

Uma rosa perfumada, que o fazia suspirar!

As vezes ao dormir, sonhava ser super-homem

Um anjo, ou até mesmo , um terrível lobizomem

Seria uma assombração, com formas que no ar somem!

Se ele fosse um super-homem, que pudesse até voar

Mostraria à sua amada, aquele poder sem par,

Quem sabe uma atenção, dela ele iria ganhar!

Se sonhava em ser anjo, era para guardar

Sua adorada rosa, que fora lhe enfeitiçar

Faria-lhe sempre o bem, nunca a deixando murchar!

Mas se fosse um lobizomem, seria para assustar

Assim certamente ela, atenção ia lhe dar,

Sairia assustada, e sempre iria lembrar!

Esses sonhos do menino, era por causa do amor

Um sentimento doído, que só lhe causava dor

Era uma flecha na alma, do cupido atirador!

A alma do jovem feio, vivia desesperada

Tendo em seu ser, bem funda, aquela flecha encravada

Sua angustia era grande, e não podia ser revelada!

Mas com o passar do tempo, com seu ponteiro andante

A percorrer a montanha, conhecida por constante

Os fatores foi mudando, em cada novo horizonte!

Assim, pois os momentos, no tempo se sucederam

Como bits da informática, nos arranjos apareceram

O menino e sua vida, pelos anos discorreram!

A saudade o acompanhava, no seu, ou noutro arraial

Era uma energia estranha, que lhe fazia até mal

Pois a nostalgia era, o composto do embornal!

Somente quem ama sabe, como sofre um sonhador

Mesmo a poesia falha, pra amenizar a dor

Principalmente se ela, provier do mel da flor!

No horizonte da vida, quantas vezes avistava

A imagem daquela rosa, a flor menina que amava

Tentava se aproximar, mas logo ela se ocultava!

Mas se a paixão dava dor, tinha as suas vantagens

Assim o tal bandoleiro, teve na vida passagens,

Aqui vamos citar uma, que houve em suas paragens!

Certo dia ele estava, se aquecendo sob o sol

E quando olhou para o céu, teve alegria no rol

Viu o planeta Venus, como estrela no arrebol!

Quem via estrela de dia, possuía algum poder

Somente uma visão forte, podia aquilo fazer

Pois o sol na claridade, tende elas a esconder!

Para ele aquela estrela, era como a esperança

Quem sabe em seu futuro, haveria a jactância

De possuir sua rosa, como bem aventurança!

Ele era um bandoleiro, peregrino e joão-ninguém

Mas ver de dia uma estrela, lhe trazia um certo bem

Que haveria de vir,num futuro, mesmo além!

Em sua visão do céu, ele viu quando desceu

Aquela estrela brilhante, perto dele apareceu

Parecia um prato gigante, foi o que percebeu!

Nele abriu-se uma porta, e um anjo ali surgiu

Deu carona ao menino, e para o alto subiu

La se foi o bandoleiro , pelo céu cor de anil!

No arraial ninguém soube, pra onde fora o menino

Que embora fosse pobre, e vivesse sem destino

Contudo tinha esperança, de viver um novo arrimo!

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Pelas estradas da vida, o poeta sempre encontra

Histórias para compor, poesias que fazem monta

Mesmo em forma de cordel, a leitura leva em conta!

Ele sabe que um dia, virá um disco voador

Para levar os poetas, num mundo que só há flor

Onde o adorável bandoleiro, se uniu com seu amor!

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Para apreciar esse poema, com maior profundidade

Indico o cordel *O ARTISTA” escrito com qualidade

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