QUANDO O VAQUEIRO ENVVELHECE!!! (toada de vaqueiro)

QUANDO O VAQUEIRO ENVVELHECE!!! (toada de vaqueiro)

Quando vaqueiro envelhece

Vai embora pra cidade

Sofrer desprezo e mau trato

É o tempo cruel e ingrato

Que lhe expulsou do mato

Pra que morra de saudade

Deixando a vida do campo

Entra logo em desengano

Essa mudança lhe humilha

Por sair da sua trilha

Até parece uma ilha

Que deixou oceano

O pranto rola na face

Com a mudança tirana

Sofre pra mais do contrato

Sem ter fome empurra o prato

Prefere olhar pro retrato

Daquela antiga umburana

Melancolia e tristeza

Invadem seu coração

Ao lembrar das vaquejadas

Das campinas orvalhadas

Do mugido das boiadas

E do seu velho alazão

Ao relembrar das cocheiras

A saudade lhe atormenta

Recordando esse passado

Que conviveu com o gado

De tão emocionado

O coração não aguenta

Daquela vida campestre

A saudade é permanente

Seu velho peito destroça

Ao lembrar da sua roça

Daquela humilde palhoça

Que sentava no batente

Vem-lhe na mente a lembrança

Da poeira e do orvalho

Da vaca branca e do touro

Do velho gibão de couro

Não pode conter o choro

Lembrando o som do chocalho

Ao lembrar daquele outrora

Que foi tão forte e valente

Para pegar qualquer rês

Recorda tudo que fez

Hoje na invalidez

Resta tristeza somente

Quem antes já foi tão forte

Ora só resta o retraço

Já foi tão bravo e valente

Agora fraco e doente

Transformou-se de repente

Na imagem do fracasso

Relatando esse passado

Demonstrou sua bravura

Está tristonho e chorando

Cabisbaixo relembrando

Resignado esperando

A morte e a sepultura

Carlos Aires

Carlos Aires
Enviado por Carlos Aires em 15/10/2010
Código do texto: T2557684
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.