CLAMOR DA SOLIDARIEDADE.

Manoel Lúcio de Medeiros.

1

Sou a solidariedade,

Clamo por toda a cidade,

Mas estou na solidão!

Vejo um mundo egoísta,

Gente Imperialista,

Natureza vigarista,

Que ninguém estende a mão!

2

Só se vê o desconserto,

Em todo canto há acerto,

Falta o entendimento,

Muita gente fica omissa!

Vejo um mundo fraudulento,

Tanta gente no aperto,

Por causa da injustiça!

3

Sou a solidariedade,

Não há mais que me agrade,

Ninguém cumpre o mandamento,

Falta-me o suprimento!

Há salários desiguais,

Tem uns com tanto dinheiro,

E outros passando mal!

4

É fácil ver o clamor,

Não há patrocinador,

Eu vejo tudo deserto!

Quantos não usam muletas,

Têm o seu caminho incerto?

Não encontro mais amor,

Só encontro espoletas!

5

Não suporto mais pancada,

Não me ajudam com nada,

Duro é pra ganhar o pão!

Vejo tanta violência,

Falta à fé, vejo a descrença,

Sofro muita cabeçada,

Falta quem me dê a mão!

6

Os valores se perdendo,

Vivo triste e gemendo,

Vivo mais, sem ter apoio!

E a gente feito ilha,

Ninguém usa da partilha,

Levo a vida sofrendo,

Vendo no trigo o joio!

7

Sou a Solidariedade,

Vejo clamar a maldade,

E o mal sobre o bem!

Estou clamando por socorro,

Se ninguém me ajudar,

Termino perdendo o trem,

Sei que dessa vez eu morro!

8

Quantos padecem e sofrem,

Passando por grande aperto,

Pareço um esqueleto,

Vivendo em tribulação!

Muitos até enlouquecem,

Diante do desacerto,

Que grande complicação!

9

E mundo marcha pra frente,

Caminha sem caridade,

Só vejo a crueldade,

Em vez de cheiro, há fedor!

Ninguém vive mais contente,

O povo vive descrente,

Em todo canto há horror!

10

Quem madruga, Deus ajuda,

Vamos, pois, se unir agora,

Vamos cantar o amor,

Ajudar, mas sem demora,

Vamos ter uma só canção,

Que convença ao coração!

É unido que se vence,

Na força da gratidão!

11

Ainda lembras de mim?

Sou a solidariedade!

Falo com sinceridade,

Estou enferma do meu rim!

Faça algo, sim por mim,

Estou aqui te esperando,

Aguardando o teu sim!

12

Se todos abrem à mão,

Sente de mim compaixão,

É claro, não vou ter fim!

Seja, pois um solidário,

Com a solidariedade!

Ela clama nas esquinas,

Nos cantos, praça, cidade!

13

Sou a solidariedade!

Sou a solidariedade!

Sou a solidariedade!

Sou a solidariedade!

Sou a solidariedade!...

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Malume
Enviado por Malume em 07/10/2006
Código do texto: T258474