OS PESCADORES E O TEMPORAL NO RIO - 18 versos

Vou contar real passagem

Na vida de pescadores

Tendo eles boa imagem

Contam de Deus os favores

Mesmo quando há paragem

Eles têm os seus labores!

A vida de tais artistas,

Não é nada divertida

No trabalho tem as riscas,

Mas não para com lida

Muitas vezes só petiscas,

Para manter sua vida!

O pescador profissional,

Sobre um rio seu barco voa

Sendo ele especial

Com motor em sua proa

Mas quando há temporal

Prefere ir pra lagoa

Falei nesse iniciar

Sobre o fator profissão,

Mas agora vou citar

Do pescador a missão

Pois pescar é alimentar

Parte da população

Vou contar uma história

Por ter dela participado

Nelas não tive glória

Porém bastante cuidado

Se não fosse a vitória

O mundo eu tinha deixado!

Quando um dia Juvenil

Quis num remanso enredar

Já que um céu cor de anil

Foi aquilo convidar

Mas logo um tempo frio

Começou no céu formar!

Sem demora um temporal

Tomou conta do lugar

Veio um forte vendaval

Fez nosso barco virar

No remanso perigoso

Com a rede a estorvar

A canoa foi pro fundo

Com todo o equipamento

Pareceu-nos o fim do mundo

A labuta do momento

Com a rede no profundo

Nos prendendo na corrente

Além da tribulação

Provida do temporal

Estávamos sem condição

De sair daquele mal

Foi grande a provação,

Quase tivemos um final!

Para conseguir escapa

Com tanta água presente

Tivemos que usar faca

Contra a rede eficiente

Assim mesmo, na solapa

Quase viramos semente

Pois assim que nos livramos

A correnteza forçou

Nossos corpos contra os ramos

Onde a água formou

Um rodamoinho insano

Que pro fundo nos sugou

Naquele afobamento

Com falta de respirar

Nadamos por um momento

Sem um rumo a apontar

Saindo num entramento

De uma pedra angular!

A escuridão não permitia

Do leal Juvenil me ver,

Porém na solapa havia

Ar nos permitindo viver

Mas se findasse o dia

Iríamos ali perecer!

Muitas vezes a coragem

Do homem se distancia

Naquela lapa sem margem

Eu vi o final da via

Estávamos em desvantagem

Numa loca em pedra fria!

Mas depois de algum tempo

Chegamos a conclusão

Que teríamos sem lamento

De seguir para um clarão

Mas teríamos o tormento

Das águas em profusão!

Mas por fim eu concluí

De nadar para beirada

Mas quase que um sucuri

Me engoliu na parada

Se não fosse Juvenil

Minha vida era encerrada

Mas por fim nós conseguimos

Mesmo debaixo da chuva

Sair na margem de arrimos

Numa plantação de uva

Depois daquilo sorrimos

Por não deixar as viúvas!

Para encontrar nosso barco

Levamos uns quinze dias

Ele estava ancorado

Bem longe de Três Marias

Mais perto foi encontrado

Da cidade de Contria

Encerro esse relato

Pois me ficou na lembrança

Pra Juvenil foi um fato

Para mim foi uma herança

Pois não sendo nadador nato

Tive na vida tal dança!

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