ALVOROÇO E CORRERIA NO PONTO – 18 tercetos

Venho prestando atenção, no Recanto em suas letras

E em minha percepção, vejo arranjos e retretas

Os leitores, de montão, gostam é de ler mutretas!

Assim eu venho aqui, mais um cordel escrever

Pode ser um abacaxi, para o leitor que vai ler

Mas será pra divertir, alegrar e entreter.

Certo dia me encontrava, um ônibus a esperar

Mas a coisa ficou brava, pois fora se atrasar

E povão que ali estava, começou a revoltar

Do ponto, em meio ao sertão, eu olhava para o alto

Pude ver um avião, chacoalhando como um pato

Que iria vir para o chão, seria um breve fato!

Ali perto muita gente, fazia um alvoroço

Mas ao verem a vertente, do teco-teco no poço

Um estouro diferente, houve naquele proposto!

Muitos queriam correr, sem saber qual direção

Pois o medo de morrer, pela queda do avião

Poderia acontecer, ali em qualquer posição!

Eu fiquei paralisado, e cheguei mesmo a rezar

Procurei ficar parado, pois não tinha onde abrigar

O piloto atrapalhado, procurava aterrissar!

Em meio à confusão, um recurso apareceu

O piloto viu no chão, um limpo onde desceu

Mas do ponto, o povão, no mato desapareceu!

Eu fiquei meio abobado, tendo certa tremedeira

Estava ainda assustado, com aquela arruaceira

O piloto animado, me falou com brincadeira:

-Lá do alto avistei, muita gente nesse canto

Mas pelo que observei, tiveram um grande espanto

Acho que os amedrontei, pois sumiram como encanto!

-A coisa aqui ficou preta, - falei lhe dando a resposta

De medo, vários caretas, correram pela encosta,

Fugirem em meio à greta, sem levar peso nas costas!

Meu assuntos com o rapaz, foram breves no momento

Ajudei-o a tirar, do avião seus documentos

Pois poderiam voar, se houvesse um contratempo

Após passar meia hora, surgiram os assustados

Entre eles mulheres furiosas, pelo ônibus ter passado

E por causa daquela mora, perderam o esperado!

Mas pelo rádio o piloto, fez uma comunicação

E logo chegava ali, um micro de lotação

Que levou o pessoal, numa próxima estação!

Eu contei esta passagem, que não foi nada engraçada

Foi mais pra compor cordel, e encher essa parada

Que no Recanto é bom, pra cabeça atribulada!

O piloto do avião, até que teve vitória

Pois se não aterrissasse, não veria aquela glória

E um desastre a mais, ficaria na história!

Quem gostou de ler o fato, da descida do avião

Mande-me um comentário, dando sua opinião

Pois voltarei a escrever, outros fatos em questão!

Assentei aqui a minha, literatura do dia

Pelo menos quem ler isto, vai saber da anomalia

De um avião que desceu, mas quase que ele caía!