Caatingueiro Destemido


Este povo caatingueiro
Destemido qual leão
Não se deixa abater
Nem sofrer de solidão
Pela vida tão valente
Ele só fica contente
Quando brilha a plantação!


Falta d'água não intimida
O sol quente não atrapalha
E se a fome dói na alma
Quando come só migalha
Vejo brilhar no seu rosto
Um sorriso de bom gosto
Afiado que nem navalha


O cachimbo está vazio
A viola foi assentada
Não tem um tostão no bolso
Pra tomar u'a talagada
Que serve como alimento
Enquanto tira o sustento
Da sua terra amada


A mula tá manquejando
Pois já não tem ferradura
O bode ficou doente
De só comer rapadura
E ele está preocupado
Pois pra banda do seu lado
A coisa tá muito dura


Até o chiqueiro vazio
Coisa que nunca se viu
A lama esturricada
Todo o solo se abriu
Parecendo que a vida
Se esqueceu da sua lida
E foi embora, partiu!


A vida tem os seus ciclos
Um é bom o outro é ruim
E o que hoje se vê triste
Um dia terá o seu fim
Pois isto é a lei da vida
Que nos propõe uma lida
Cheirosa que nem alecrim


Co'a bênção,Senhor do Bonfim!

bjs,soninha


Sônia Maria Cidreira de Farias
Enviado por Sônia Maria Cidreira de Farias em 01/12/2010
Reeditado em 09/01/2011
Código do texto: T2648414
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