SANSÃO É TRAIDO POR DALILA (Base: Juízes 16: 1-22)

Como uma roda gigante

A vida é um sobe e desce

Se no alto permanece

Pode descer num instante.

Porque nada nos garante

Como o futuro será

Porém é bom se cuidar

Para não sofrer no fim

Tomo cuidado de mim

Pra mais tarde não chorar.

Pra que culpar o azar

Se não procura aprender

A regra do bom viver

E em tudo melhorar?

O tempo não vai voltar

Pra dar oportunidade

Quem não viver a verdade

Praticando o bem agora

Vai ser furado de espora

Gemer e sentir saudade.

Por causa da vaidade

Sansão sofreu novamente

Sua vida inconseqüente

Lhe fez chorar de verdade.

Teve a oportunidade

De ter uma boa vida

Ter paz, saúde e guarida

Amigos, casa e lazer

Porém só plantou sofrer

Colheu tristeza e ferida.

Pra prejudicar a vida

Sansão saiu do lugar

Para poder visitar

Uma mulher conhecida.

Ali em Gaza, escondida

Uma mulher prostituta

O coração não escuta

Termina numa esparrela

Ele juntou-se com ela

Recomeçou nova luta.

Os Gazitas, em força bruta

Vieram pra ver Sansão

Trouxeram corda e mourão

Para pegá-lo sem luta.

Ali fizeram uma gruta.

A noite toda esperou

Um só consenso formou:

_Aqui o esperaremos:

Quando sair mataremos

Porém Sansão escapou.

Pois ninguém desconfiou

Que ele de meia noite

Sentindo do vento o açoite

Depressa se levantou.

E depois que arrancou

Com muita facilidade

Os portões desta cidade

Botou no ombro e saiu

E assim ele fugiu

Pra outra comunidade.

Porém a pior verdade

Aqui eu quero narrar

Logo depois de escapar

Sansão zombou da bondade.

De um Deus de caridade

E entregou novamente

Seu coração impotente

A uma mulher estranha

Perdendo toda vergonha

Esvaziou sua mente.

O erro deixa a semente

Do pecado embevecido

Triste homem, que perdido

Não sabe o que alma sente.

Cada ato inconseqüente

É como seta atirada

Como se fosse cilada

Ou até mesmo quizila

Sansão conheceu Dalila

Teve a sorte mudada.

Formaram grande cilada

Os príncipes deste lugar

Quando mandaram chamar

Dalila de madrugada.

Sansão não sabia nada

Prometeram-lhe então

Grande soma e promoção

Para Dalila arrancar

O segredo e revelar

Sobre a força de Sansão.

A cobiça tira a razão

E a mulher tem destreza

Para usar a beleza

E tocar o coração.

Ela foi até Sansão

Deu-lhe um beijo na boca

E disse com a voz rouca

Tu tens de me revelar

O teu segredo onde estar

Antes que eu fique louca.

_A tua força não é pouca

E você pode dizer

O que eu devo fazer

Para pegá-lo de touca.

Tu sabes que não sou mouca

E posso bem te ouvir

Pois te querendo afligir

E te trazer amarrado

Responda lá meu amado

Pois eu não vou desistir.

Sansão depois de ouvir

Essa proposta indecente

Respondeu bem consciente

Por não poder resistir.

Não quero te iludir

Porém vou te responder

O que me pode conter

_Sete vergas de vime fresco,

Este será o refresco

Pra um só homem me vencer.

Ouvindo este parecer

Os príncipes sem ter carinho

Trouxeram vime fresquinho

Para o Sansão prender.

Tinha um vigia pra ver

Todo o plano formado

E foi gritando apressado:

_se valha Sansão de Deus

Aí vêm os Filisteus

Pra te pegar descuidado.

Sansão ouvindo o recado

Mais que depressa virou

Sem botar força quebrou

O que lhe tinha amarrado.

Igual a um cão danado

Pulou da cama sem medo

Rodopiou, fez brinquedo

Quem tava fora correu

Alguém dizia: Não deu

Pra descobrir o segredo!

Amigo, este bom enredo

Não teve final ainda

Dalila toda abatida

Saiu da cama bem cedo.

Como quem manda torpedo

Falou pra Sansão assim:

_Tu não tens pena de mim

Tratas-me com ironia

Tenho por te simpatia

Tu queres ver o meu fim!

_Se meu amor é ruim

Diga-me, que vou embora

Saio da porta pra fora

Jamais voltarei aqui.

Porém se não for assim

Queira então revelar

A tua força onde estar

Serei mais feliz ainda

A tua esposa querida

Levar-te-ei ao altar.

Mulher é como pomar

Seu coração é jardim

O seu amor não tem fim

E sabe hipnotizar

O seu perfume no ar

O seu corpo tem veneno

O homem fica pequeno

Não sabe se defender

É refém do seu querer

E lhe fica sempre ameno.

Como quem faz um aceno

Sansão pra Dalila olhou

Fez um gesto, se apoiou

Num tamborete pequeno

E com um olhar sereno

Respondeu fazendo trova:

_Somente com corda nova

Poderão me amarrar

Nem é preciso apertar

Para me levar pra cova.

Dalila então se renova

Partiu dali sem demora

Arrumou na mesma hora

Para fazer uma prova.

Dez metros de corda nova

Amarrou Sansão direito

Depois do serviço feito

Gritou para os Filisteus

Derrotemos os Judeus

Peguei o cabra de jeito.

Porém, Sansão sendo eleito

Ouvindo essa ordenança

Como quem entra na dança

Fez um trabalho bem feito.

Como uma onça no eito

Nem mesmo força botou

Depressa a corda quebrou

Um Filisteu, quando viu

Disse: A casa caiu!

Porque Sansão se soltou.

A corda não suportou

O peso deste gigante

Aqui ninguém me garante

Por isso correndo vou.

O tempo já se fechou

Quem tem coragem que vá

Pois eu digo não vou lá

Sansão ta muito zangado

Eu já me sinto molhado

Fico do lado de cá.

Dalila ao contemplar

Foi logo a Sansão dizendo:

-Tu zombas de me sabendo

Vives para me humilhar.

Trago tristeza no olhar!

Não é bom que seja assim

Não tendo pena de mim

Tratas-me como ninguém

Eu quero ver o teu bem

Tu queres ver o meu fim.

Jamais serei teu jardim

Se não me tens confiança

Mim tratas como criança

Falas não, ao invés de sim

Viver assim é ruim!

Por isso tome cuidado

Só viverei ao teu lado

Se em mim tu confiar

E assim poder revelar

Com o que serás amarrado.

-Responda já meu amado

Assim te serei querida

Ofereço a minha vida

Em troca do teu legado!

Sansão todo apaixonado;

Como quem tem pesadelo

Viu em Dalila um modelo

E disse como criança

-Basta você fazer trança

No meu cumprido cabelo.

-Dalila, todo meu zelo

Está no meu cacheado

Para me ver amarrado

Em tranças tens de prendê-lo!

Pois se assim os manter-lo.

Em sete tranças inquirido

Terei meu nome esquecido

Esquecerei meu sofrer

Você pode esquecer

Que um dia teve marido.

Ela ao ter ouvido

Esta confissão banal

Correu depressa ao quintal

Trouxe um madeiro cumprido!

Depois de ter escolhido;

Fez sete tranças bem feita

Carinho ninguém rejeita

Sansão então cochilou

Dalila então o amarrou

Pra continuar a preita.

Dalila gritou: Te ajeita

Os Filisteus vêm aí

Com pouco estarão aqui

Vão te pegar na receita!

Sansão falou: Isso é treta

Eu hoje viro o feitiço

Amarraram-me com liço,

Porém o nó afrouxou

Sem botar força arrancou

Duma só vez o caniço.

Quando Dalila viu isso

Baixou os olhos, tristonhos

Dizendo: Frustrastes os sonhos

De quem te tem compromisso!

No amor vós sois omisso.

Tratando-me com desdém.

Para ti não sou ninguém

Teu amor é ironia

Tratas-me com covardia

Cada um dá um que tem.

-Se meu amor não convém

Pra que manter essa chama

Quando falas que me ama

Os teus gestos não contêm!

Tuas palavras não têm.

Consolo pro coração

Pois a tua ingratidão

Só aumenta a minha dor

Como dirás: Te tenho amor;

Se não me tens afeição?

Maltratas meu coração

Mesmo estando comigo

Não queres ser meu amigo

Destrói a nossa união!

Nunca encontras razão

Em tudo que tu me faz

Não sei se tu és capaz

De me falar com certeza

Findar a minha tristeza

Pra não me ver chorar mais.

Sansão disse: Isso é demais

Estais me deixando louco

O meu sofrimento é pouco

Pra que querer sofrer mais!

A tua palavra faz

A minha triste mortalha

Digo que só atrapalha

É bom que não se esqueça

Porém na minha cabeça

Nunca passou navalha.

Sou Nazireu, Deus me valha;

Desde o meu nascimento

Minha mãe por juramento

Mim retirou da fornalha!

O amor não atrapalha.

E digo sem afrontar

Se meu cabelo cortar

A solidão mim fulmina

Qualquer homem mim domina

Podendo até me matar.

Dalila ao escutar

Esta bela confissão

Pega a navalha e então

Vai seu cabelo cortar!

Sansão não pode notar

Porque ela o fez dormir

E depois de extorquir

Chamou os homens de fora

Dizendo: Aproveite agora

Para Sansão inquirir.

A falsidade é ruir

Dalila fez covardia

Pois a sua tirania

O ódio faz destruir.

O ciúme fez sumir

Todo bem do coração

Sem nenhuma compaixão

Com uma faca amolada

Sem piedade sem nada

Fura os olhos de Sansão.

Nessa mesma ocasião

Sansão é bem amarrado

Depois de ser humilhado

É jogado num porão!

E ali sendo açoitado

Vive no maior tormento

Exposto ao sofrimento

Tristeza amargura e dor

No ódio no desamor

Pior do que cão sarnento.

Sansão padeceu tormento

Num porão acorrentado

Toda hora atormentado

Gemia a cada momento.

Ninguém escuta o lamento

De quem padece calado

Com o coração magoado

Tendo a dor por companhia

Somente Deus assistia

Como bom advogado.

Deus está sempre ao lado

Como o mais bondoso Pai

Quando toda fé se vai

Ele se mantém calado.

Porém seu amor deixado

Na forma de um filho seu

Mostra que Ele venceu

Nos transmitindo alegria

Sansão então percebia

Que seu cabelo cresceu.

De tudo o que aconteceu

Ainda falta um pouquinho

Porém com todo carinho

Aqui eu vou relatar.

Basta somente esperar

Pra ver o fim da história

Amor, covardia e glória!

Traição e sofrimento

Suspense a todo o momento

É bom guardar na memória.

FIM

Edilson Alves
Enviado por Edilson Alves em 28/01/2011
Código do texto: T2757838
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