O PANGARÉ E O CAPIAU
Foi de fato interessante
Aquilo que aconteceu
Era quase meia noite
Quando um barulho se deu
Bem na frente da matriz
Foi um grande chamariz
De curiosos ferveu.
Estava cheia de gente
A pracinha principal
Era passagem de ano
Tinha passado o Natal
A meia-noite chegando
O povo só esperando
A contagem pro final.
De repente um pangaré
Apareceu assim... Do nada!
Com um capiau no lombo
Trabalhador, camarada,
Tava voltando da lida
Nisso deu uma dormida
Encharcado da “marvada”.
Por causa do movimento
O pangaré se assustou
Perdeu o rumo o coitado
Um carro ele atropelou
Amassou a lataria
Foi aquela gritaria
Capiau nem acordou.
Veio o dono quis brigar
Desafiou o capiau
A turma do deixa disso
Quis apartar na moral
Mas chegou a viatura
Com dois guardas linha dura
Co’aquelas caras de mau.
Apearam o cavaleiro
Ali na frente de um bar
O dono do carro velho
Dizia: - ele vai pagar!
Mas ele não acordava
Tão borracho que roncava
Nem dava pra lhe autuar.
A polícia atrapalhada
Ficou meio sem saída
O povo bem dividido
Pôs o dedo na ferida
Deixa que a gente resolve
Na conversa ou no revolver
Os estragos da batida.
Um momento! Um momento!
Disse o guarda ofendido
Já que o homem não acorda
Então está resolvido
Vamos prender o cavalo
É garantia eu vos falo
Do prejuízo ocorrido.
Dera meia noite, então...
Começou o Novo Ano
Em meio ao foguetório
A polícia virou “mano”
O cavaleiro dormia
Sua vitima bebia
E o pangaré... Foi engano!