PARA A LIRA NÃO MORRER
Eu sou pequenino pinto
Trabalhando pra nascer
Sou o Rio Sanhauá
Em quente entardecer
Olhando passar o trem
Sem saber se o amor vem
Para a lira não morrer...
Ter beijos do amorzinho
Ter garganta pra cantar
Disposição pra correr
Ter tempo pra namorar
Fazer arte e menino
Tocar tambor, gaita ou sino
Sem ver o tempo passar
Eu sou de fato ativista
Da Cultura Popular
Em toda parte declamo
E não é pra me gabar
É necessidade mesmo
Canto no palco ou a esmo
A arte espetacular
Meu canto está na genética
Porque dos meus pais herdei
Mamãe tocava ganzá
Na sanfona pai foi rei
Eu toco literatura
De Cordel, tão doce e pura
Voz de flauta, diz a lei...