POMBO-CORREIO

É natural que a mulher O que foi que aconteceu?

Espere o marido voltar Algo mui desagradável?

De sua lida, do afazer Um caçador apareceu

Após muito trabalhar Com sua arma detestável?

Raramente o contrário Cansada de esperar

A não ser lá na cidade Os dias passa chorando

Pois ela não tem horário Só sabe se lamentar

Pra vencer necessidade Emagrecendo, definhando

Já se foi aquele tempo

Ir de compras com amigas Homem bicho, bicho homem

Sua lida é pro sustento Tem o mesmo proceder

Pra pagar contas devidas Não respeitam onde comem

Chega sempre depois dele Nem respeitam sua mulher

O jantar vai preparar

Enquanto ele toma goles Pois só no fim de um mês

De futebol tagarelar Pombinho regressa ao lar

Ela cuida da criança Satisfeito do que fez

E das roupas de vestir Feliz a cantarolar

Ele só enchendo a pança

Logo deitar e dormir Meu querido onde esteve?

Lhe pergunta a pombinha

Isso não é privilégio Conte-me tudo, nada negue

De nossa gente humana Acalme a alMA MINHA

Não digo um sacrilégio Por que demoraste tanto

Bicho também tem a fama Eu já estava desesperada

E só vivia em pranto

Contaram que um pombinho Que descaso com tua amada!

Com arrulhos afetuosos

Despede-se do amorzinho Ora, ora, minha querida

Com os olhinhos chorosos Apanhei um sol radiante

Pois é um pombo-correio Tudo em volta era vida

Deve partir pra execução Com seu calor escaldante

Com coragem, sem receio Abençoei meu ofício

A sua importante missão Que é lindo como o quê

Parte.Voa e sobe em riste Decidi fazer exercício

Desaparece no horizonte Que resolvi voltar a pé!

Esposa fica muito triste

Chorando o esposo ausente

Passaram-se oito dias

E nada de regressar

Aquele pombinho amado

Melhor que faço é rezar

A fêmea bastante inquieta

Maus pensamentos na alma

A jejuar faz dieta

Já está perdendo a calma

Pedro Gonzalez
Enviado por Pedro Gonzalez em 12/03/2011
Reeditado em 14/03/2011
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