BAGAÇOS DO ENGENHO

Os bagaços do engenho

Retornaram-me ao passado

No comentário de um texto

Que a mim foi enviado.

Quanta saudade eu tenho

Daquela sofrida labuta

Nas madrugadas geladas

Tangendo os bois no engenho

Enfrentando a vida dura

Em nossa incessante luta

Fabricando rapadura

Na imensa escuridão

Contemplando o teto do infinito

Com milhões de estrelas a cintilar

Ouvindo o insistente grito

De um urutau Lá no seu lar

Aspirando o delicioso perfume

Roubado das flores silvestres

Levado pelas asas da brisa

Em profusão com os vaga-lumes

A voar Incertos na paisagem campestre

Pelas encostas do vale picão

No advento do seu arrebol

Em período de gestação

Adormecido estava o sol

Embrionado no horizonte

Preparando-se para colorir

O majestoso Vale serras e monte

Envoltos por uma densa cortina

Aonde os bagaços da cana

Espalhados em camadas fina

Cobertos por uma toalha rendada

Tecida da branca neblina

Tricotada pela geada

Com este cenário do passado

Veio-me um doce acalanto

Enviado em um gentil comentário

De um amigo deste Recanto

Remexendo o baú da recordação

Há meio século guardado

Nas entranhas do meu coração

Com o mesmo carinho e o brilho

Deste colega Poeta inusitado

Dileto amigo... J.Estanislau Filho

Pra quem eu digo... Muito obrigado!

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 31/03/2011
Reeditado em 31/03/2011
Código do texto: T2881342
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