GUERRA NO ASFALTO-CORDEL

Guerra no Asfalto.

Guel Brasil.

Seu moço eu já vi disputa

E roubo de toda sorte,

Por esse Brasil afora

Onde o pobre sofre e chora,

E até zomba da morte.

Não tem canto dessa terra

Que não tenha marginal,

Nos guetos e nas favelas

Onde o morto não tem vela,

E onde tudo é desigual.

Quem mandava era o bandido

Mas o governo acordou,

Foram expulsos na bala

Marginal perdeu a fala

PARECE que a paz voltou.

Traficante perdeu drogas,

Perdeu armas, muita grana,

Muitos mortos e feridos

Fugiram muitos bandidos

E mais de cem foram em cana.

Se a paz será duradoura

Ainda não dá pra saber,

O povo já sofreu tanto

Já derramou sangue e pranto

E está pagando pra ver.

Jacarezinho, São Carlos,

Morro do Engenho, São João,

Mas foi na Vila Cruzeiro

Nesse grande formigueiro

O inicio da confusão.

Nos morros dessa cidade

A lei não consegue entrar,

O traficante é quem manda

Mesmo preso ele comanda,

E dá ordens pra matar.

E foi na Vila Cruzeiro

Onde tudo começou,

O povo pediu socorro

Bandido desceu o morro

E a guerra se alastrou.

Com bilhetinho, com carta,

E até com celular,

Mesmo estando na prisão

Quem dá as ordens é o chefão,

E ai de quem se negar.

Os chefões têm mordomias

Que ninguém sabe explicar,

Tem até advogado

Que pode entrar sossegado,

Pros traficantes ajudar.

Bala perdida seu moço

Aqui tem endereço certo,

E nunca acerta o bandido

Que por estar escondido,

Mata de longe ou de perto.

É doutor guerra no asfalto

E o cidadão refém do medo,

Vivendo ali exprimido

É escudo pra bandido,

Depois vira samba enredo.

guelbrasil@gmail.com

Guel Brasil
Enviado por Guel Brasil em 29/04/2011
Código do texto: T2938819
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