TEMPLO À VIRTUDE
O TEMPLO DO SOBERANO
I
“Para tudo existe um tempo”
Assim, falou Salomão
O Rei sábio de Israel
Que recebeu a missão
De liderar os Hebreus
E construir para Deus
Na terra uma habitação.
II
Falara Deus, em visão
Para Natan, o profeta,
Que dissesse ao Rei Davi:
“Teu coração aquieta,
Não seja por tua mão,
Do meu templo, a construção.
Mas, pra teu filho, projeta.
III
Tu tens um de alma reta
Nele está minha Justiça,
Dei-lhe paz e entendimento
Como argamassa em caliça
Salomão está eleito,
Um varão justo e perfeito
Para tocar toda liça.
IV
Julgando entre a mestiça,
A viúva, e o estrangeiro,
O mais humilde dos homens,
E o que nada em dinheiro.
Tratando igual por igual
Num Juízo imparcial,
Justo, reto e verdadeiro
V
Na Justiça, Ele obreiro
Um arque tipo perfeito
Para ser o paradigma
De um templo sem defeito
Falo como o Arquiteto
Que traçou todo projeto
Na prancheta do seu peito”.
VI
Com toda “venia” e respeito,
Daqui, do setentrião,
Cumprimento a cada obreiro
Nesta oficina do João
Autoridades presente
Em cima no Oriente
Que me tratam como irmão.
VII
Depois desta introdução
Destacando toda glória
Do grande Rei Salomão
Na brilhante trajetória
Está como o principal
Mestre da Arte Real
Nos anais da nossa história
VIII
Despojado da vanglória
Humildemente aproveito
Deste quarto de uma hora
Pelo qual tenho o direito
De reprisar as lições
Vividas nas instruções
Desse Arquiteto Perfeito
IX
Por quem também fui eleito
Nesta última geração
Para levantar um templo
Não como o Rei Salomão
Que usou pedra e madeira
Para fazer à primeira
Casa de adoração
X
Para o Deus de Abraão
Que criou todo universo
Dizendo: faça-se Luz
Na qual estou submerso
Para dissipar os vícios
As astúcias, os artifícios
Do velho homem perverso
XI
Sendo hoje incontroverso
Livre do mundo profano
Forjo algemas para o crime,
Masmorras para o engano
Como aprendiz de pedreiro
Eu construo o verdadeiro
Templo do Deus Soberano
XII
Sem vaidade ou ufano
Encho-me de alegria
Por gozar do privilégio
De ser na Maçonaria
Um construtor social
Usando a arte real
No dom da sabedoria
XIII
Não querendo a primazia
Humilde e sem ambição
Tendo o bem da humanidade
Como a principal missão
Sendo um obreiro esperto
Como fez João no deserto
Contra a vil corrupção.
XIV
Dando a quem tem a razão
Testificando da luz
Serei como uma estrela
Destas, que no céu reluz
Espargindo claridade
Por toda eternidade
A Verdade assim aduz.
XV
O Espírito me conduz.
Tecendo um paralelismo
Deus revela seus mistérios
Através de um simbolismo
Que tem no livro da Lei
Tudo é claro para a grei
Para o mundo é fanatismo
XVI
Soando um esoterismo
João, falava de uma Luz
Da luz pura e verdadeira
Que a liberdade produz
Mirando para um Cordeiro
Um humilde carpinteiro
Chamado o Cristo, Jesus.
XVII
Nele o homem se faz Jus
Proclamava assim, João
Que Ele estava no principio
Projetando a expansão
Deste imenso universo
Como quem compõe um verso
Nas páginas do coração.
XVIII
Fazendo a conclusão
Deste estudo apresentado
Compreendo que o Templo
Que deve ser levantado
Para O Grande Arquiteto
Não pode ser de Concreto
Para não ser profanado.
05/05/2011.