O GARIMPEIRO DESILUDIDO

Povo Nordestino

Tão Trabalhador

Com Paz e Amor

Procuram o Norte

Deixando sua Terra

Faz longa Viagem

Com muita Coragem

Pegam o Transporte

Antes de sair

Em Casa tem tudo

De grande a miúdo

Aos Filhos quer bem

Deixando a Esposa

Deixa Mãe e Pai

Sabe quando sai

Mais não quando vem

Pega Rede e Roupa

Bota na Mochila

De Cidade e Vila

De onde ele saia

De qualquer Lugar

Seja aonde for

Do Interior

Do Sertão e da Praia

Chega do Nordeste

Pra ganhar Dinheiro

Como Aventureiro

No Sul do Pará

Embrenha na Mata

Em Terras estranhas

Subindo Montanhas

Lembrando de lá

Corre a Noticia

Do lado do Norte

Para quem tem Sorte

Tem grande Tesouro

E de Mata a dentro

Sujeito a Castigo

Enfrenta o perigo

Procurando Ouro

As vezes enfrenta

Com um Companheiro

Igual um Guerreiro

Na Luta bravía

Combatendo Feras

A mais Venenosa

A Cobra raivosa

Pela a Mata Fria

Temíveis Serpentes

Na Frente retrata

De Pássaros da Mata

Sempre a ouve a Voz

Pequena distância

Lhe chega ao Ouvido

Da Onça o rugido

Que é Bicho feroz

Árvores bem Altas

Faz lhe admirar

Podendo avistar

Sentado o Jacú

Essa é a Fauna

Que na Flora Habita

A Voz mais Bonita

É do Irapuru

No duro Trabalho

Sentindo fadiga

Tem tanta Formiga

Que vem lhe Morder

O Pium atormenta

Durante o Dia

E nessa agonia

Ele tem que Viver

A Noite ao deitar

Faz a sua Oração

Pede a Deus Perdão

Quando é de Manhã

Levanta da Rede

Para Trabalhar

Quando ouve Cantar

Agoureira Cauã

Naquele Garimpo

Que só tem conversa

Com muita promessa

Vê o Tempo passar

Pra quem Bamburrou

Palavra Bonita

Nem uma Pipita

Ele chega a pegar

Assim Trabalhando

Um Ano e mais Ano

Sempre no Plano

De um Dia voltar

No mesmo Barranco

Que a Sorte lhe nega

Vê o seu Colega

Feliz Bamburrar

O Tempo passando

A Força o Talento

Neste sofrimento

Pode lhe faltar

O Ânimo a Coragem

Estando Doente

Sem ter um Parente

A quem se queixar

Com a Febre Malária

Já fraco caindo

A tristeza sentindo

No seu Coração

Em um Hospital

Vai ser internado

Sente do Passado

Só Recordação

Lembrando do Lar

Quando era sadio

Tremendo de Frio

Meu Deus que horror

Pois neste momento

Lembra de Jesus

Que morreu na Cruz

Pelo Pecador

Dentro do Garimpo

É um feio deserto

O Hospital mais perto

Só em Marabá

Que sofrer tirano

Se torna tão forte

Pra quem não tem Sorte

No Sul do Pará

Cícero Modesto Gomes
Enviado por Cícero Modesto Gomes em 13/05/2011
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