A língua é o flagelo do rabo.

Se notarem algo errado

Prestem muita atenção

Ao fazerem julgamento

Alguma difamação

Quem fere com a língua

Pode perecer à míngua

Sem direito a caixão

Se o marido de sua amiga

Estiver pulando o muro

Tampe os olhos e a boca

E não banque a dedo duro

Vigie bem o seu marido

Que ele pode estar metido

Em outro quarto escuro

A esposa do seu irmão

Sai de casa perfumada

E anda perdendo a hora

Chegando de madrugada

Olhe bem o que dizer

Amanhã tu vai querer

Dar a sua escapada

Se tu vires duas amigas

Juntinhas, trocando cheiro

Não esquente a cabeça

Isso é fato corriqueiro

Cuide bem de sua mulher

Pois será que ela não quer

Estar com elas no banheiro

Se o filho de seu amigo

Vive agora se empinando

Imitando a dançarina

Pela casa rebolando

Na boca ponha um breque

Será que o seu moleque

Também não está treinando

Se a casa do vizinho

For bem movimentada

E acaso tu ver subir

Uma fumaça arretada

Tranque a língua na goela

Por que isso na favela

É uma baita da mancada

E aquela garotinha

Que você olhou no berço

Agora que ela cresceu

Não vale nenhum terço

Não maldizes da pequena

Pois não vai valer à pena

Sua filha pagar o preço

Todo castigo será pouco

Pra aqueles de língua afiada

Que não perdem a ocasião

De dar uma cutucada

Pro rabo não flagelar

Um conselho vou te dar

Mantenha a boca fechada

Pietro Assis
Enviado por Pietro Assis em 29/05/2011
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