Adondé qui vamo chegá?

Hoje fiquei pensano,

adondé qui vamo chegá,

Se nos farta um camim

E um jeito de caminhá.

Prá gente segui andano

É priciso mutivação,

Pru-modo-de-quê caminhá

Se num temo razão.

Há outro dilema

Que merece atenção,

Pruquê tanta gente

Anda na contramão.

Um vive em barraco

Outro mora em xalé,

Inquanto um avança

Outro anda de ré.

Tem tambem caminhante

Qui num tá preparado,

Como num tem distino

Segue pá quarqué lado.

Feito páia nu vento

Aqui e aculá,

Ele segue “vuam”

Sem luga pá pousa.

Tem o cabra acuado

Qui num qué caminhá,

Tanto tempo parado

Sem sair du lugá.

Esse é intindido

Cunhece a ração,

Segue incima do muro

Num faz opição.

Tem quem segue correno

Mas pode cansá,

Te acunseio segui

Du jeito que agüentá.

Num pricisa tê pressa

Vós-mi-cê vai chegá,

Se tive um um camim

E um jeito de caminha.

Essa é nossa causa

Transformá a nação,

Uns dirruba a cerca

Outrus faz oração.

Cada um cum sua “arma”

Segue em mutirão,

Ocê pode vim junto

Prá ingrossa o cordão.

O cordão de três dobra

É difícil quebra,

Se um cai nu camim

Ôto faz levantá.

Se o tempo fô fri

dois vai se aquentá,

mas si tive sozim

quem vai lhe ajudá?

Num sô intindido

Nem quero te insina,

Mas parado ou sem rumo

Num dá pá chegá.

Tú pricisa de sonho

Um camim pra andá,

E bons companheiro

Pra pudê ti ajudá.

Márcio Matos
Enviado por Márcio Matos em 01/06/2011
Reeditado em 20/06/2011
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