CORDEL – Mote – Só depois duma batalha – Aparecem os valentes

Esse cordel foi composto em parceria com o grande professor Jerson Brito, poeta de muita categoria, um brasileiro de Rondônia, que sempre se colocou a minha disposição para me ajudar na caminhada no Recanto das Letras, e a quem agradeço de coração pelo seu incentivo.

 

 

Só depois duma batalha,

Aparecem os valentes

 

Rimas: ABABCDCD

Oitava de sete sílabas

 

 

Jerson nos honrou assim:

 

 

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Vendo a coisa ficar preta

Aquele cabra medroso

Treme todo, faz careta

Quando o troço é perigoso

Não quer saber de medalha

Nem de prêmios reluzentes

SÓ DEPOIS DUMA BATALHA

APARECEM OS VALENTES

*

Muito cabra deixa claro

Que a contenda lhe apavora

Busca numa toca amparo

E depois só vem pra fora

Quando jogam a toalha

Todos os seus oponentes

SÓ DEPOIS DUMA BATALHA

APARECEM OS VALENTES

***

Há o corajoso falso

Falando qual coronel

Porém, notando percalço

Assume seu vil papel

São mesmo fogo de palha

Os seus brados contundentes

SÓ DEPOIS DUMA BATALHA

APARECEM OS VALENTES

***

Tem gente que não se eriça

Se é pra pegar no pesado

Demonstra logo preguiça

Diz: "pra mim é complicado"

Foge sempre de cangalha

Trincando todos os dentes

SÓ DEPOIS DUMA BATALHA

APARECEM OS VALENTES

***

O sujeito vida boa

Só chega quando tá pronto

Quer mesmo é ficar à toa

Pois não tem nada de tonto

Com esforço se atrapalha

É da classe de indolentes

SÓ DEPOIS DUMA BATALHA

APARECEM OS VALENTES

***

Quem tem no sangue fraqueza

Não encara desafios

Ao contemplar a dureza

Sente medo, calafrios

Esse tipo sempre encalha

Até em brandas correntes

SÓ DEPOIS DUMA BATALHA

APARECEM OS VALENTES

 

 

Ansilgus, assim compôs:

 

 

Enquanto não se tem risco

Todo mundo é corajoso

Eu, porém nunca arrisco

Tem hora que sou manhoso

A briga me atrapalha

Associo-me aos descrentes

SÓ DEPOIS DUMA BATALHA

APARECEM OS VALENTES

 

Quando chega o perigo

Muitos passam a tremer

Com medo do inimigo

O que vai acontecer...

E logo se embaralha

Como os que ficam ausentes

SÓ DEPOIS DUMA BATALHA

APARECEM OS VALENTES

 

Caladinho em seu lugar

O que se mete a brabo

Tem vontade de obrar

Quer logo tomar um trago

Com receio do canalha

Pois são casos bem urgentes

SÓ DEPOIS DUMA BATALHA

APARECEM OS VALENTES

 

Lutar com gente mais forte

Na verdade um desemprego

Nem mesmo sendo do Norte

Melhor é pedir arrego

Para que não saia limalha

Os calmos ficam contentes

SÓ DEPOIS DUMA BATALHA

APARECEM OS VALENTES

 

Eu conheço um sujeito

Que era parente do cão

Como filho do Prefeito

A todos tinha na mão

Parecia uma muralha

Com amigos imprudentes

SÓ DEPOIS DUMA BATALHA

APARECEM OS VALENTES

 

Numa briga se meteu

Levou logo uma porrada

Seu corpo estremeceu

Quase que não via nada

Quem é mole se atrapalha

Os frouxos são inocentes

SÓ DEPOIS DUMA BATALHA

APARECEM OS VALENTES

 

Certo dia um caçador

Ao leão se aproximar

A fera escorregou

No abismo foi se acabar

Mentira logo se espalha

Desses caras transparentes

SÓ DEPOIS DUMA BATALHA

APARECEM OS VALENTES

 

 

Ansilgus

 

Em revisão

 

 

 

 

 

 

ansilgus
Enviado por ansilgus em 27/06/2011
Código do texto: T3059226
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