FUMAR, AÇÃO INDICADA
PRA QUEM QUER PARTIR MAIS CEDO



De: Rosa Regis

Fumar faz mal a saúde!
Vê-se na televisão.
E aí, revejo o passado
Quando, chamando a atenção
Para a marca, o produtor
Contratava um belo ator
Que pousava de machão.

Ou mesmo uma bela atriz
Fumando, dando a entender
Que para ser elegante
A mulher tinha que ser
Fumante da marca tal!
Pois como mulher fatal
Iria transparecer.

Um quarto dos brasileiros
São fumantes. Isto é certo.
Três quartos vão criticando
Em um linguajar aberto.
Mas, a venda continua
Livre. E na saúde atua
Fazendo o mal. Vê-se perto.

Quem fuma busca emoções.
E assim, para encontrar,
Alia-se a qualquer grupo
Que tem hábito de fumar.
E quando viu já pegou
O vício, que o segurou,
Não podendo mais largar.

O jovem, que é vulnerável,
Quando se junta a alguém
Que fuma, pra ser “igual”,
Já passa a fumar também
À saúde não ligando,
Viciado vai ficando.
O fumo não causa bem!

E além do fumo, o cigarro
Já traz na composição
Quando industrializado
Produtos que, de antemão,
Digo a todos: causam mal
Ao ser humano em geral.
Aqui vos peço atenção

Porque vou discriminar
O que contém no cigarro
E falar do que ele traz
De mal, trazendo o pigarro
Como um primeiro sintoma
Dos males, que é uma soma!
E nesse alerta me agarro.

Pois além da nicotina
E do alcatrão, que contém
Tão somente no cigarro,
Em seu conteúdo tem:
Amônia; arsênico; acetona,
Que carregam, de carona,
O cianeto também.

Um solvente industrial
Nominado Tolueno;
Um gás de isqueiro – Butano
Que, em si, é, também, veneno,
O monóxido de Carbono,
Que é tóxico. Isso tira o sono,
Pois o mal não é pequeno.

DDT – inseticida,
E a tal naftalina,
O Cadmiun – que às baterias
De carros, pois, se destina.
É esta a lista robusta
Que só de ler já assusta.
Só faltou estricnina.

A nicotina estimula
Levemente, mas seduz
Com poder. Em pouco tempo
Ela domina e reduz
O coitado iniciante
Que não se acha fumante,
Em fumante. E “só Jesus!”

Os males que o cigarro
Provoca é devastador!
Não torna alguém violento
Porém, em mais de um fator,
Ele ataca devagar
Mas é capaz de matar
O boy, a dama, o doutor.

Cigarros e armas de fogo,
Legalmente produzidos,
São causas de muitas mortes.
Abram bem vossos ouvidos!
O que a nicotina faz
Nada no mundo desfaz!
Pois os males são solvidos.

Cigarro provoca rugas,
Ou seja, a pele engelhada.
Em menos tempo de vida
A mulher vê-se enrugada,
Aí, já não terá jeito,
O mal já estará feito.
Desdiz-se a pobre coitada.

O fumar não faz do homem
Fora da lei ou imoral
Porém provoca a ruína,
De uma forma natural,
Da saúde de quem fuma.
E as rugas, é só uma
Das conseqüências do mal.

Cigarros light, com filtro,
Baixo teor de alcatrão
E nicotina, são ditos
Que menos mal causarão.
Pode ser, mas, o aumento
Do consumo, vos sustento,
Contrabalancearão.

Fumantes, necessitados
Pelo vício, vão fumar
Mais do que fumavam antes,
Tendendo a equilibrar,
Pelo consumo, as mazelas
Que aos mesmos, sem querelas,
Na certa vão provocar.

As chances pra se morrer
Pelo uso do cigarro
É maior que a da “roleta
Russa”. A isso me agarro
Para dizer aos fumantes
Que deixem de fumar, antes
Que o cigarro os leve ao barro!

Muita gente já consegue
Deixar esse desgraçado
Mas, para isso, a família
Tem que estar sempre ao seu lado.
Um médico bom, um amigo,
Também ajuda vos digo,
Pra se ter bom resultado.

Não são muitos que conseguem
Parar da primeira vez.
Porém, se alguém continua
Tentando, com sensatez
E muita perseverança,
Ao final, é certo, alcança,
Glorificando o que fez.

Vale à pena, pois, tentar
Livrar-se dos malefícios
Do cigarro. E é garantido
Que haverá benefícios
Pro corpo, rapidamente.
E, um dia, do mal presente
Não haverá mais resquícios.

Você fumante, que sofre
Pelo envelhecimento,
Veja aqui o passo a passo
Ou o momento a momento
Do seu corpo em reação
Ao tempo de suspensão
Do fumo. Isso traz alento.

Vinte minutos depois
Da sua última tragada
Seu coração já amaina
Não batendo em disparada,
Como se você parasse
De correr, e aliviasse
O passo na caminhada.

Com doze horas depois
Que alguém parou de fumar,
O monóxido de Carbono
Irá se normalizar
No seu sangue, pois baixando
Os níveis, finda chegando
Onde deveria estar.

E daí até três meses
Depois do último cigarro,
Suas funções pulmonares
Melhoram. Vai-se o pigarro.
Do seu risco de morrer
Do coração, ao meu ver,
Já podes tirar um sarro.

De um mês a nove meses
A tosse e a falta de ar
Diminuem, já melhorando
Seu ato de respirar.
Seu pulmão já está mais limpo,
Foi feito nele um garimpo,
Pode melhor trabalhar.

Um ano depois do último
Cigarro, seu coração
Já se sente aliviado
Porque tem a informação
Que o risco de contrair
Doenças veio a cair,
Já pode ter salvação.

Com cinco anos depois
Que o fumante parou
O seu risco de derrame
Agora se nivelou
Com a pessoa que tem
Cinco a quinze anos além,
Porém que jamais fumou.

Dez anos após parar,
Sua chance de morrer
Por um câncer de pulmão
É metade, pode crer,
Daquele fumante ativo
Que se acha muito “vivo”,
Mas já está a fenecer.

Os riscos, pois, de morrer
Do tal câncer de garganta,
Boca, esôfago, bexiga,
Fígado, pâncreas, qual levanta
Um estudo, diminuem.
Aí, os prazeres fluem!
“Três-quarto” vira “Jamanta”.

E quinze anos depois
Que alguém parou de fumar,
Os riscos que o coração
Corre de algum mal pegar
Serão os mesmos que alguém
Que jamais fumou, também
Terá. Vão se nivelar.

Se você quer escapar
Das tristes estimativas
De morte pelo cigarro,
Fique entre as pessoas “vivas”
Que, se fumaram, pararam
Em tempo, e continuaram
Com bons hábitos, sempre ativas.


Fim

Natal/RN, maio de 2011