Poeta da madrugada (Quadrão)

Escrever na madrugada

Nem que seja taboada

Sempre na mesma toada

Tem que ter disposição

Não espera inspiração

Só pega seu instrumento

Expõe o seu sentimento

Nos oito pés a quadrão.

Sendo o cordel ou trova

Arriscando leva sova

Da muié que ainda é nova

Eu não digo palavrão

Caneta e papel na mão

Espero ser aprovado

Pelo meu povo adorado

Nos oito pés a quadrão.

Ele deita e levanta

Sempre depois da janta

E afina a garganta

Pra fazê uma canção

De tristeza ou solidão

De amor ou amizade

Dos caipira ou da cidade

Nos oito pés à quadrão.

Seja minina ou macho

Cante alto ou cante baixo

Seja de penca ou de cacho

Sempre cum animação

Eu digo e tenho razão

Poeta desenxabido

Num pode ser aplaudido

Nos oito pés à quadrão.

Eu li digo meu sinhô

Pra poder cordel compor

É preciso ter amor

Dentro do seu coração

Pra falá da emoção

Que na hora tá sentino

Quase no sono caíno

Nos oito pés à quadrão.

Edilson Biol
Enviado por Edilson Biol em 04/07/2011
Reeditado em 07/07/2011
Código do texto: T3073846
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