MORENA TRIGUEIRA

MORENA TRIGUEIRA

Com o meu blusão de couro,

montado no Meu Tesouro,

o meu cavalo andador,

seguia no meu caminho,

ora flores, ora espinho,

fazendo versos de amor.

Subia montes diversos,

distribuindo meus versos

ao povo do meu lugar.

Minha morena trigueira,

à sombra de uma mangueira,

eu sentava a namorar.

Ficava ali um instante

de conversa interessante

com meu cavalo a pastar.

De vez em quando um carinho,

era o capim nosso ninho

e um bem-te-vi a cantar.

Um banho na cachoeira,

minha morena brejeira,

só quem viveu avalia.

Era o céu de intenso azul,

a brisa fresca do Sul,

no seu olhar, poesia.

Adeus, eu disse, a esperança

conserve, estou de mudança,

mas um dia eu voltarei.

Quem é feliz não esquece,

mas, quando o dia amanhece,

não sei aonde eu irei.

Beira-mar, prados distantes,

vales e novas amantes,

sempre encontra, o cantador,

em cada esquina da vida.

Em cada terra a acolhida,

em cada canto um amor.

O tempo passou depressa,

não cumpri minha promessa,

O meu cavalo morreu.

A vida passou ligeira,

mas a morena faceira,

meu peito não esqueceu.

Gilson Faustino Maia
Enviado por Gilson Faustino Maia em 03/08/2011
Código do texto: T3136280
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