MULATINHO TROVADOR

MULATINHO TROVADOR

Minha gente é cem por cento

O fato que eu vou contar.

O assunto do momento

é para comemorar.

Agora não tem mais jeito,

que alegria no meu peito!

Vou meu enlace apressar.

A gente vai adiando,

deixando o tempo correr,

mas vai o vento soprando,

fazendo o barco correr.

Estou feliz, entretanto,

não há razão para espanto,

deixa o garoto nascer.

É, meus amigos de farra,

boemia está no fim!

Um dia a gente se amarra,

mas será melhor assim.

Busco uma vida pacata

para, com minha mulata,

criar nosso querubim.

Ela falou-me assustada:

- Olhe, amor, minha cintura,

como está mais dilatada!

A minha vida futura

mudará daqui pra frente.

Tudo será diferente,

estou um pouco insegura.

- Benzinho, você me assusta

com seu jeito de falar!

Você está sendo injusta,

não deve se preocupar.

Sabe que estou com você,

insegurança, por quê?

Deixe esse mundo girar.

Isso faz parte da vida,

nem tem nada de moderno.

Quem vem merece acolhida,

Amor de pai e materno.

Se acontecer outra vez,

não fique com timidez,

terão meu amor mais terno.

Filho de peixe é peixinho,

vem aí um trovador.

Acredite, o mulatinho

será um bom cantador.

Deixará tonta a enfermeira,

pois ao invés de choradeira,

cantará trovas de amor.

Pelo meu entendimento,

nascerá no mês de abril.

Com o seu consentimento,

Farei a festa infantil

mais bonita e mais completa,

trarei mais de mil poetas

de todo o nosso Brasil.

Gilson Faustino Maia
Enviado por Gilson Faustino Maia em 16/08/2011
Código do texto: T3162792
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