Calango

Risca faca na algibeira

Calango brabo de feira

Cruzaldino se afastou

Do golpe de capoeira

Era mulato beiçado

Como tira ressecada

Andava curriando gado

Cheio de cana, doidado

Cantava na lua cheia

Para espantar boi ladrão

Que teimava em cobrir as vacas

Bem ao lado do portão

Cruzaldino se enamorou

De uma cabocla albina

Que de dia cobria os zoios

E de noite lavava a tina

Teve um filho malhado

Que seu padre abençoou

Mais ficou encafifado

Com a cor que Deus botou