BOBO DA CORTE

Dou-lhe uma, dou-lhe duas,
Dou-lhe três, pra me ensinar
O segredo de viver
Sem ter que me reinventar
Sem ter que pagar a conta
Sem ter que ouvir a tonta
Que só sabe reclamar.

Sem ter que engolir os sapos
Que me matam de vergonha
Senão a língua da sogra
Carregada de peçonha
Ou a folgada vizinha
Que parece uma galinha
De tão feia que é medonha.

Dou-lhe uma, dou-lhe duas
Pra você me convencer
Que pra poder existir
Não vou ter que renascer
Pois já danço miudinho
Sou igual um cachorrinho
Sem um osso pra roer.

Vivo aos trancos e barrancos
Já não tenho voz ativa
Virei o bobo da corte
Ainda tenho que dar: viva!
Quando o galã come a filha
-Vou ser vô, que maravilha!
(Bobo cadeira cativa).

Dou-lhe três, não “guento” mais!
Pra você levar embora
Estou batendo o martelo
A tristeza me devora
Pois pior do que a morte
É minha falta de sorte
Valha-me Nossa Senhora!

Kid verso
Enviado por Kid verso em 02/09/2011
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