Maria do adeus

Maria do adeus olhava

Com as mãos nos olhos espalmadas

O céu liso de azul

Via aterra trincada

Pelo sol do norte a sul

Quando chorava o pão

O pingo de lagrimas ilhava

O pequeno espaço de chão

Agradecia nosso senhor

Quando amamentava o filho

Da quantidade leite

Que nunca ficava vazio

Nas noites de lamparina

Terço enrugado na mão

As sombras amareladas

Fazia companhia à oração

Pedia um pouco de chuva

Para regar semente de uva

Que trazia nos sonhos siuva

nascendo na palma do chão.