Velho Zeca

Você se foi, camará

E eu não te conheci

Mas do que ouvi falar

Uma falta grande senti

Jeitão alegre, sapeca

Saudades, oh, velho Zeca

Você deixou por aqui

Suas meninas choraram

Lágrimas desesperadas

Daquelas que só se choram

Quando pra sempre marcadas

Sem seus carinhos e abraços

Tentam juntar os pedaços

Mas entre si são atadas

Uma dose de conhaque

Uma cerveja gelada

A vontade de viver

Só por amar e mais nada

Mas um dia a vida seca

É triste, meu velho Zeca

Chegar ao fim dessa estrada

Noventa e oito de idade

Mas a vida é sempre breve

E por mais que a gente viva

Vem a morte e se atreve

A calar nossa alegria

De viver o dia a dia

Nunca é como se deve

Sei que viveu pelo bem

Amando e sabendo amar

E dedicou-se à família

Sem nada em troca esperar

Papai do Céu tudo checa

É certo, meu velho Zeca

Que está num melhor lugar.

Tarcísio Mota
Enviado por Tarcísio Mota em 30/09/2011
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