Sol inclemente Sertanejo

Sol nascente no Sertão

Escaldando nossa alma

Mostrando força infinita

De forma sutil e calma

Para alguns o astro rei

Pro Sertanejo: Um carma

Jamais será como a lua

Motivo de inspiraçao

pois devora todo verde

Estupora meu Sertão

É sinônimo de seca

De fome, de provação

Oh, Astro Rei inclemente!

Suplico, sou sertanejo!

Vejo o tremor da suas chamas

Na pele sinto o latejo

Um vermelho bem ardido

Vento quente, um bafejo..

Fim de tarde avermelhado

Com a Caatinga cinzenta

Acauã de longe voa

Com cantar bem agourenta

Tudo contra o sertanejo

Mas ele é forte e aguenta

Ao sumir entre os montes

O calor já vai embora

O pobre do Sertanejo

Bota o pé de casa fora

Contempla o frio da noite

Até o romper d'aurora

Depois d'aurora rompida

O calor toma de conta

Queima o resto do pasto

Sertanejo desaponta

A sina é viver sofrendo

E do sol levar afronta

Castigado pelo sol

Oito meses, até mais

Entregue a própria sorte

Mas seus sonhos não desfaz

O pequeno contra o grande

Com pouco se satisfaz

O espírito de teimoso

De brigar contra esse clima

Lhe deu fama de valente

De passar tudo por cima

Não pode vencer o sol

Mas luta sem dá a mínima

São 08 meses de seca

O sol tudo devorando

São 04 meses de chuva

A terra se resfriando

Que chova que faça sol

Sertanejo vai lutando

Essa, sim, é a peleja

Desse homem vivedor

Enfrentando esse clima

Passa fome, curte dor

Não vive, mas sobrevive

Nordestino por amor

Poeta de Branco
Enviado por Poeta de Branco em 08/10/2011
Reeditado em 09/10/2011
Código do texto: T3265552
Classificação de conteúdo: seguro