Sol inclemente Sertanejo
Sol nascente no Sertão
Escaldando nossa alma
Mostrando força infinita
De forma sutil e calma
Para alguns o astro rei
Pro Sertanejo: Um carma
Jamais será como a lua
Motivo de inspiraçao
pois devora todo verde
Estupora meu Sertão
É sinônimo de seca
De fome, de provação
Oh, Astro Rei inclemente!
Suplico, sou sertanejo!
Vejo o tremor da suas chamas
Na pele sinto o latejo
Um vermelho bem ardido
Vento quente, um bafejo..
Fim de tarde avermelhado
Com a Caatinga cinzenta
Acauã de longe voa
Com cantar bem agourenta
Tudo contra o sertanejo
Mas ele é forte e aguenta
Ao sumir entre os montes
O calor já vai embora
O pobre do Sertanejo
Bota o pé de casa fora
Contempla o frio da noite
Até o romper d'aurora
Depois d'aurora rompida
O calor toma de conta
Queima o resto do pasto
Sertanejo desaponta
A sina é viver sofrendo
E do sol levar afronta
Castigado pelo sol
Oito meses, até mais
Entregue a própria sorte
Mas seus sonhos não desfaz
O pequeno contra o grande
Com pouco se satisfaz
O espírito de teimoso
De brigar contra esse clima
Lhe deu fama de valente
De passar tudo por cima
Não pode vencer o sol
Mas luta sem dá a mínima
São 08 meses de seca
O sol tudo devorando
São 04 meses de chuva
A terra se resfriando
Que chova que faça sol
Sertanejo vai lutando
Essa, sim, é a peleja
Desse homem vivedor
Enfrentando esse clima
Passa fome, curte dor
Não vive, mas sobrevive
Nordestino por amor