Algodão doce

Quem é esse moço que caminha,

com haste e pau de pita na mão,

Com lindos saquinhos rosados,

Envolvendo um doce algodão?

De longe parece uma árvore,

Apetitosas delicias à mão,

Puxo a barra da saia da mãe,

E aponto o moço do algodão.

Nem precisa dizer muita coisa,

Mamãe entende minha intenção,

Tira algumas moedas da bolsa,

E caminha ao vendedor de algodão.

Na feira meus olhos infantes,

Em tudo colocam atenção,

Vendo o pau de pita que passa,

Só enxergam o doce algodão.

Assim que vejo o dito moço,

Feliz retirando o algodão,

Mamãe lhe dando as moedas,

E eu lhe estendendo a mão.

Em punho da vareta verdinha,

Coberta da doce tentação,

Retiro o saquinho depressa,

E dou-lhe um bom beliscão.

Uma fofura de guloseima,

Grudando nos dedos da mão,

Na boca derrete-se rápido,

Meu doce e lindo algodão.

Por mais que leve à boca,

Nunca sinto-o de montão,

Derretem e somem tão fácil,

Meus lindos fios de algodão.

Em breve me vejo apenas,

Com a limpa vareta na mão,

E a boca borrada e doce,

Do açucarado algodão.

Gleisson Melo
Enviado por Gleisson Melo em 09/10/2011
Reeditado em 24/07/2022
Código do texto: T3266999
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